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sábado, 27 de novembro de 2010

A “Shekiná” de Deus está aqui. “Shekiná”?

Pr Marcello de Oliveira


É normal ouvir em nossos cultos, congressos, seminários, a palavra “Shekiná”. Desde adolescente ouço esta palavra na igreja. Pregadores a usam com freqüência. Os “ministros do louvor” têm o hábito de usá-la. Temos até um cântico muito conhecido: “Derrama a tua “shekiná” sobre nós.

Agora pergunto: De onde tiramos a palavra “shekiná”? O que significa esta palavra? Será “shekiná” uma expressão encontrada nas Escrituras?

Começando pela última pergunta, a palavra “shekiná” não é encontrada em nenhum lugar das Escrituras! Penso que você neste momento está perplexo. Esses dias atrás, pregando em uma grande igreja aqui em São Paulo, falei sobre isto no púlpito e imagine a reação que isto causou no plenário, bem como nos obreiros que ali estavam. Após o término do culto, várias pessoas me pararam e diziam: Pr Marcelo, já ouvimos vários “pregadores de renome” falar desta palavra, e agora o sr está dizendo que não existe? Será que o sr não está enganado?

Exatamente aqui reside nosso problema. Nós ouvimos os “grandes pregadores” falarem, e aceitamos tudo. Não procuramos pesquisar, averiguar, perscrutar. Tudo o que é novidade, e é falada por alguém de “peso”, nós aceitamos e logo começamos a falar. Falta em nosso meio, cristão bereanos, que analisam a cada dia as Escrituras, para verem se está correto ( At 17.11). Notemos que era Paulo que estava pregando! Homem de cultura invulgar, conhecedor de toda lei judaica, e acima de tudo, um dos maiores pregadores que o mundo conheceu. Ora, se Paulo teve que passar no crivo dos bereanos, o que dizer de nossos pregadores? Serão estes maiores que Paulo?

Mas voltando ao assunto da palavra “shekiná”, este vocábulo não aparece na Bíblia Judaica [ Tanakh] nem no N.T, sendo uma palavra derivada da raiz hebraica -ש-כ -נ(sh-k-n), cujo significado é “habitar”, “fazer morada”. Se perguntarmos a qualquer irmão, o que significa esta palavra, todos dirão: a glória de Deus, presença de Deus. Acontece que, “shekiná” não significa nada disso! O vocábulo “glória” no hebraico é “kavód” – o peso da glória de Deus. Então, quando cantamos: Derrama tua “shekiná” aqui, estamos dizendo: Derrama a tua habitação aqui. Soa estranho, não? Pedir para o Eterno derramar a habitação Dele sobre nós? Não consigo entender! Pois Ele já habita em nós, através da pessoa do Espírito Santo ( ICo 6.19)
A “shekiná”, como uma idéia concreta, aparece só na literatura rabínica, havendo somente “alusões” a esta presença divina, no meio do povo de Israel, na Torá, quando Deus disse ao seu povo “וְעָשׂוּ לִי מִקְדָּשׁ וְשָׁכַנְתִּי בְּתוֹכָם” – “e fareis um santuário para Mim, e habitarei no meio deles (dos israelitas)”[1];”וְשָׁכַנְתִּי בְּתוֹךְ בְּנֵי יִשְׂרָאֵל, וְהָיִיתִי לָהֶם לֵאלֹהִים” – “e habitarei no meio dos filhos de Israel, e serei-lhes por Deus”[2]; e “יְהֹוָה צְבָאוֹת הַשֹּׁכֵן בְּהַר צִיּוֹן” – “o Eterno dos exércitos, aquele que habita em Sião”[3].

Conclusão

Vimos por meio deste singelo estudo que a palavra “shekiná” não está nas Sagradas Escrituras. Aprendemos também que “shekiná” não significa : glória, presença de Deus. Ela vem da raiz “shakhan” que significa – habitar, fazer morada. Esta idéia de “skekiná” aparece somente na literatura rabínica, onde os judeus cabalistas [4] começaram a usá-la a partir do séc XIII. Devemos estar sempre prontos a aprender e não ir além da Escritura. Foi o que Lutero disse para Erasmo: “ A única diferença entre eu [ Lutero] e você [Erasmo] é que eu me coloco debaixo da autoridade das Escrituras, e você se coloca acima dela”.


Pr Marcello de Oliveira é hebraista.

Notas:

[1] Exodo 25.8 – “Shakhan’ti” [ habitarei]
[2] Exodo 29.45 -”Shakhan’ti” [ habitarei]
[3] Isaías 8.18 – “Shakhen” [ habito]
[4] Cabala é um sistema religioso-filosófico que investiga a natureza divina. Kabbalah (QBLH) é uma palavra de origem hebraica que significa recepção. É a vertente mística do judaísmo.

Extraído do Genizah


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Confissões de Uma Ex Esposa de Pastor




Ela tinha 20 e ele 27 anos.

Ambos não sabiam que o outro existia.

Ela, nova convertida e cheia de alegria por ter sido encontrada pelo Caminho, pela Verdade e pela Vida.

Ele, não lembro exatamente agora, onde estava.

Ela veio a conhecer o mundo evangélico depois da sua compreensão da Verdade, que foi acontecendo enquanto caminhava pela vida, à sós com Deus. Deus a encontrou fora de qualquer religião, isso para ela é como um troféu. Tudo simples, apenas ela, o Evangelho e o Espírito.

Dois anos se passaram.

Ambos encontraram-se, então, numa pequena congregação que logo depois se tornou “igreja”, pois passou a preencher os requisitos requeridos no Manual Legislativo da denominação da qual havia passado a ser membro.

Ele, pastor denominacional e de família protestante “da mais alta linhagem teológica”, de 3º ou 4º geração, enfim, um invejável pedigree.

Ela, uma “trabalhadora de última hora”, ex-católica não praticante, sem família no ambiente religioso evangélico.

Ele, pastor formado em excelentes instituições, o totem da sua família.

Ela, a uma-boca-a-mais-na-mesa de uma família toda arrebentada, pais separados, mas, que na busca sedenta por Deus, com Ele encontrou-se aos 20 anos.

Ele e ela encontraram-se.

Em pouco tempo, casaram-se.

Ela...

Ela ainda acredita que apesar dos enganos da Religião, casou por amor.

Ele...

Não sei ao certo. Talvez tenha casado com ela pela cruel pressão psicológica que uma comunidade religiosa exerce sobre um pastor com quase 30 anos, ainda solteiro.

Ela tornou-se, então, uma nova convertida chamada por todos de Esposa-de-Pastor.

Esse foi seu único nome por muito tempo.

Ela, bem...

Ela nunca conseguiu deixar-se formatar pelo modelo de esposa-de-pastor.

Assim...

A comunidade religiosa não a aceitou. Começou a oprimi-la desde o início, houve uma rejeição coletiva da pessoa dela por ela não enquadrar-se nos padrões do que deve ser uma esposa-de-pastor segundo os moldes desse mundo evangélico doente.

Ela não conseguia entender simplesmente nada do que acontecia, as hostilidades gratuitas, os gritos agressivos em público contra ela, o fato de ser pauta na reunião do conselho da igreja por não conseguir estar presente sempre, as humilhações de senhoras em reuniões de senhoras.

Angústias profundas e ela adoeceu seriamente. Deprimiu-se com o fardo pesado que as pessoas da religião colocaram sobre seus ombros. Os domingos, que antes eram alegres, tornaram-se sufocantes, cheios de ansiedade, febres e outras somatizações.
Ela perdeu a alegria e ele também.

Ela...

Quanto mais deprimida ficava, mais humilhada era, pois correspondia cada vez menos às expectativas dos membros da “igreja” que tem a fixação de que mulher de pastor tem que ser, pelo menos, presidente de alguma sociedade feminina, pois isto “... a tornará mais feliz!”, era o que para ela diziam.

Ela refugiou-se no trabalho com crianças.

Ele, que sempre foi mais ele-pastor do que ele-mesmo, pois ser pastor era algo a que ele apegou-se mais do que ser ele próprio em primeiro lugar, perdeu-se de si mesmo diante dos olhos dela.

Ele deixou-se ser consumido pela instituição, que é pesadíssima e opera de maneira diametralmente oposta à simplicidade da proposta do Evangelho.

Ela, para minimizar tensões no lar, ouvia calada no café da manhã, no almoço, no jantar e em todas as horas do dia as lutas do pastorado dele, que giravam quase sempre em torno da burocracia da denominação, litígios no meio da comunidade e tribunais eclesiásticos, enfim, até a alma dela fadigar.

Ela adorava quando o dia terminava, pois ficava a sós com Deus buscando um pouco de alívio.

Ela chorava, pois via tudo desmoronar.

Ele foi adoecendo da doença chamada Religião sob os olhos dela e ficando uma pessoa cada vez mais agressiva.

Ela percebeu. Advertiu-o sobre o cultivar do amor entre eles. Ele não ouvia mais. Estava absorvido por tudo que dizia respeito à Santa Madre Igreja Protestante.

Ele tornou-se por dentro seco e frio como a Constituição da denominação à que servia, e servia como quem serve a um ídolo.

Ele, cujo Nome Próprio havia se tornado cada vez mais em Sr. Pastor-Ordenado-da-Igreja-Tal, não tinha paz em um segundo de sua vida.

Ela sempre questionou o que via e ouvia, e, calada e em oração, conferia coisa com coisa no coração.

Ela foi tornando-se cada vez mais convicta de que havia algo errado, pois não havia o Amor em nenhum lugar na “igreja” da qual ele era pastor, modo simples de aferição das coisas dado pelo Mestre, Amor, que é a marca da comunidade dos discípulos de Jesus.

Ela viu que tudo aquilo era antítese do Evangelho de Jesus e disse para si mesma observando, um certo dia, o ajuntamento de pessoas que apenas digladiavam-se o tempo todo no dia a dia da vida comunitária, e causavam danos umas às outras:

“Ou eu pago o preço alto e faço a ruptura com tudo isto aqui, e mantenho minha lucidez, ou me torno mais uma nessa linha de produção de gente adoecida e diluída na personalidade.”

Ele adoecia cada vez mais e era cada vez mais agressivo com ela. Ela passou a temer a companhia dele.

Ela havia cansado de lutar sozinha para manter acesa a última fagulha de sentimento que ainda existia.

Ele, adoecido, humilhava-a.

Ela estava traumatizada e sua alma em ruínas.

...

Tudo acabou.

Ambos seguem seus caminhos sozinhos.

Ela recupera devagar a alegria por ter sido encontrada pelo Caminho, pela Verdade e pela Vida. Tem o Evangelho, somente, como lâmpada para os pés e luz para o seu caminho.

Ela quase não tem notícias dele.

Ele, ouvi falar, estava novamente falando de um púlpito para algum ajuntamento de gente, pela denominação que lhe dá Nome e Sobrenome.

www.genizahvirtual.com

Infelizmente isso acaba se tornando uma realidade dentro das igrejas, talvez pela excessiva preocupação do pastor para com a igreja a ponto de ele se esquecer de apascentar as ovelhas da sua casa. Já vi casos de homens que faziam um bom trabalho, mas tiveram problemas com esposa e filhos por se esquecerem deles.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

"O colapso do Movimento Evangélico" (Post nº 100)

Ricardo Gondim

Dois pastores paulistas se fantasiam de Fred e Barney. Isso mesmo, fantasiados de Flintstone, entre gracejos ridículos, acreditam que estão sendo "usados por Deus para salvar almas". Na rádio, um apóstolo ordena que tragam todos os defuntos daquele dia, pois ele sente que Deus o "ungiu para ressuscitar mortos".

Os jornais denunciam dois políticos de Minas Gerais, "eleitos por suas denominações para representar os interesses dos crentes", como suspeitos de assassinato. O rosário se alonga: oração para abençoar dinheiro de corrupção; prisão nos Estados Unidos por contrabando de dinheiro, flagrante de missionários por tráfico de armas; conivência de pastores cariocas com chefões da cocaína .

Fica claro para qualquer leigo: O movimento Evangélico brasileiro se esboroa. O processo de falência, agudo, causa vexame. Alguns já nem identificam os evangélicos como protestantes. As pilastras que alicerçaram o protestantismo vêm sendo sistematicamente abaladas pelo segmento conhecido como neopentecostal. Como um trator de esteiras, o neopentecostalismo cresce passa por cima da história, descarta tradições e liturgias e se reinventa dentro das lógicas do mercado. É um novo fenômeno religioso.

É possível, sim, separá-lo como uma nova tendência. Sobram razões para afirmar-se que o neopentecostalismo deixou de ser protestante ou até mesmo evangélico.É uma nova religião. Uma religião simplória na resposta aos problemas nacionais, supersticiosa na prática espiritual, obscurantista na concepção de mundo, imediatista nas promessas irreais e guetoizada em seu diálogo cultural.

Mas a influência do neopentecostalismo já transbordou para o "mainstream" prostestante. O neopentecostalismo fermentou as igrejas consideradas históricas. Elas também se vêem obrigadas a explicar quase dominicalmente se aderiram ou não aos conceito mágicos das preces. Recentemente, uma igreja batista tradicional promoveu uma "Maratona de Oração pela Salvação de Filhos Desviados".

Pentecostais clássicos, como a Assembléia de Deus, estão tão saturados pela teologia neopentecostal que pastores, inadvertidamente, repetem jargões e prometem que a vida de um verdadeiro crente fica protegida dentro de engrenagens de causa-e-efeito. Os "ungidos" afirmam que sabem fazer "fluir as bênçãos de Deus". É comum ouvir de pregadores pentecostais que vão ensinar a "oração que move o braço de Deus".

O Movimento Evangélico implode. Sua implosão é visceral. Distanciou-se de dois alicerces cristãos básicos, graça e fé. Ao afastar-se destes dois alicerces fundamentais do cristianismo, permitiu que se abrisse essa fenda histórica com a tradição apostólica.

1. A teologia da Graça

Desde a Reforma, protestantes e católicos passaram a trabalhar a Graça como pedra de arranque de um novo cristianismo. O texto bíblico, "o justo viverá da fé", acendeu o rastilho de pólvora que alterou a cosmovisão herdada da Idade Média. A Graça impulsionou o cristianismo para tempos mais leves. Foi a Graça que acabou com a lógica retributiva que mostrava Deus como um bedel a exigir penitência. Devido a Graça entendeu-se que a sua ira não precisa ser contida. O cristianismo medieval fora infectado por um paganismo pessimista e, por isso, sobravam espertalhões vendendo relíquias e objetos milagrosos que, segundo a pregação, " garantiam salvação e abriam as janelas da bênção celestial".

Lutero, um monge agostiniano, portanto católico, percebeu que o amor de Deus não podia ser provocado por rito, prece, pagamento ou penitência. Graça, para Lutero, significava a iniciativa de Deus, constante, unilateral e gratuita, de permanecer simpático com a humanidade. Lutero intuiu que Deus não permanecia de braços cruzados, cenho franzido, à espera de que homens e mulheres o motivassem a amar. O monge escancarou: as indulgências eram um embuste. Assim, Lutero solapava o poder da igreja que se autoproclamava gerente dos favores divinos.

Passados tantos séculos, o movimento neopentecostal, responsável pelas maiores fatias de crescimento entre evangélicos, abandonou a pregação da Graça. (É preciso ressaltar, de passagem, que o conceito da Graça pode até constar em compêndios teológicos, mas não significa quase nada no dia-a-dia dos sujeitos religiosos).

Os neopentecostais retrocederam ao catolicismo medieval. É pre-moderna a religiosidade que estimula valer-se de amuletos "como ponto de contato para a fé"; fazerem-se votos financeiros para "abrir as portras do céu"; "pagar o preço" para alcançar as promessas de Deus. Desse modo, a magia espiritual da Idade Média se disfarçou de piedade. A prática da maioria dos crentes hoje se concentra em aprender a controlar o mundo sobrenatural. Qual o objetivo? Alcançar prosperidade ou resolver problemas existenciais.

2. A compreensão da Fé

"A Piedade Pervertida" (Grapho Editores) de Ricardo Quadros Gouvêa é um trabalho primoroso que explica a influência do fundamentalismo entre evangélicos.

"O louvorzão, assim como as vigílias e as reuniões de oração, e até mesmo o mais simples culto de domingo, muitas vezes não passam de um tipo de superstição que beira a feitiçaria, uma vez que ele é realizado com o intuito de 'forçar' uma ação benévola da parte de Deus, como se o culto e o louvor fossem um 'sacrifício', como os antigos sacrifícios pagãos. Neste caso, não temos mais liturgias, mas sim teurgias, nas quais procura-se manipular o poder de Deus" (p.28).

Ora, enquanto fé permanecer como uma "alavanca que move os céus", as liturgias continuarão centradas na capacidade de tornar a oração mais eficaz. Antes dos neopentecostais, o Movimento Evangélico já se distanciara dos Místicos históricos que praticavam a oração com um exercício de contemplação e não como ferramenta de como tornar Deus mais útil.

Fé não é uma força que se projeta na direção do Eterno. Fé não desata os nós que impedem bênçãos. Fé é coragem de enfrentar a vida sem qualquer favor especial. Fé é confiança de que os valores de Cristo são suficientes no enfrentamento das contingências existenciais. Fé aposta no seguimento de Cristo; seguir a Cristo é um projeto de vida fascinante.

O neopentecostalismo ganhou visibilidade midiática, alastrou-se nas camadas populares e se tornou um movimento de massa. Por mais que os evangélicos conservadores não admitam, o neopentecostalismo passou a ser matriz de uma nova maneira de conceber as relações com o Divino.

A alternativa para o rolo compressor do neopentecostalismo só acontecerá quando houver coragem de romper com dogmatismos e com os anseios de resolver os problemas da vida pela magia.

O caminho parece longo, mas uma tênue luz já desponta no horizonte, e isso é animador.

Autor: Ricardo Gomdim
Original do website: www.ricardogondim.com.br

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Momentos difíceis

"Porque os montes se retirarão, e os outeiros serão removidos; mas a minha misericórdia não se apartará de ti, e a aliança da minha paz não será removida, diz o SENHOR, que se compadece de ti." (Isaías 54.10)

Na caminhada cristã, muitas vezes nós passamos por momentos difíceis - de frieza, de fraqueza, de desânimo, e às vezes até de queda. Nesses momentos tão difíceis, vêm sobre nós uma terrível sensação de que é o fim, de que não há mais saída, de que Deus nos rejeitou para sempre e se afastou de nós de uma vez por todas.

Mas veja o que Deus diz aqui: é possível que os montes desabem; é possível que as mais altas montanhas desapareçam da paisagem um dia. Essas coisas parecem improváveis, porém elas de fato podem acontecer. O que NÃO pode acontecer em hipótese alguma é que a misericórdia de Deus seja removida dos Seus filhos.

Não importam quantas sejam as tentações da nossa carne; não importam quantos sejam os demônios a nos armarem ciladas; não importa o quão nós sejamos fracos em nós mesmos. Deus diz a cada crente verdadeiro: "A aliança da minha paz não será removida".

Cristão, não desanime! Nós temos um Salvador impecável que já comprou para nós eterna redenção.
Cristão, não desanime! Enquanto Jesus estiver no céu intercedendo por nós, nossas vidas estão completamente seguras.
Cristão, não desanime! O Espírito Santo é a fonte de todo o poder do qual nós precisamos para vencer a carne, o mundo e satanás.

Pense nisso!

Do meu amigo e irmão Vinícius Silva Pimentel.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Coisas que nunca vou entender

De Solomon

Saca aquele tipo de frase jogada que podemos entender tudo? No nosso mundo cristão isso é algo absurdamente jogado todos os momentos, pessoas que nem te conhecem falam que você é uma benção sem tamanho, e você acabou de matar seu irmão. Olham para você e profetizam que você será um grande homem de Deus e você nesse exato momento está pensando em como contar para o mundo que você é um tremendo fake do universo. Tá doente? Em nome de Jesus Ele vai te curar. Tá triste? Cristão não pode ter depressão, pelo sangue do cordeiro você vai ser curado agora! E tem uma que eu gosto muito e outro dia que eu fui entender:

Não há nada oculto que não seja revelado. Mateus 10:26 na forma clássica do verso é assim:

Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se.

Essa frase é falada quase sempre quando um “irmão” quer ferrar com a vida do outro e olha bem nos olhos e fala: “Amigão, um dia a casa vai cair pro seu lado. Não há nada oculto que não seja revelado. Você vai passar vergonha, fome, dor, porque você não tem sido uma boa pessoa. E todos vão saber quem é você.”

Mas a real é simples. Jesus envia seus discípulos para não irem neste momento falar com estranhos nem pregar para estranhos, mas manda buscarem as ovelhas perdidas que estão dentro do próprio quintal. Sendo assim, busque as ovelhas, não exponha as ovelhas, não bata nas ovelhas, mas se a ovelha tiver machucada por favor cuide, se a ovelha estiver com fome por favor alimente-a. Cure os doentes, limpe os feridos, se encontrar algum cansado ajude-o a se levantar, encontrou algum demônio? Lute contra ele até ele ser derrotado. De graça recebeu? De graça dai.

No meio desse Mateus 10, Jesus vai falando várias coisas, conselhos, frases, mas todas as frases são linkadas com o fato dos discípulos irem buscar as ovelhas da própria casa que estão perdidas. Jesus envia cada um para o meio das ovelhas perdidas, mas nesse meio também existem os lobos; portanto Jesus afirma, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas.

Chegando perto do encoberto a ser revelado, Jesus cita duas frases que poucos entendem no contexto da história:

Não é o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais do que o seu senhor. Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor. Se chamaram Belzebu ao pai de família, quanto mais aos seus domésticos?

Lembram quando afirmaram que Jesus curava porque ele tinha um “pacto” com Belzebu?

Ele Jesus começa então a bomba:

Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se. O que vos digo em trevas dizei-o em luz; e o que escutais ao ouvido pregai-o sobre os telhados. E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo.

Esse verso não tem nada a ver com que é pregado hoje. Não é um verso para os que pecam que os pecados deles serão revelados em rede nacional, não é algo que o cristão consciente deva ficar “profetizando” para outros irmãos na ânsia de que ele seja revelado por quem ele realmente é. Você, eu, nós, se tivermos nossos pecados revelados seríamos massacrados e não teríamos chance de perdão, seríamos apedrejados, crucificados pelos nossos próprios irmãos. Jesus, no começo, manda seus discípulos buscarem as ovelhas perdidas, depois começa dizer o que fazer e o que não fazer.

Por isso não temas porque vão confundir você com uma pessoa que você não é, mas seja como Eu. Eu sou seu mestre. Não há nada oculto que não possa ser revelado e no tempo certo você será revelado, porque Eu sou a Luz do mundo e você sendo Luz não andarás em Trevas. Não temas… Não temas…

Depois desses versos Jesus começa a ensinar como você vai sofrer, como vão te perseguir, como vão fazer de você um cara (mina) que possivelmente será tratado pior do que Ele em terra. Ser como o mestre. Existe um significado sobre essas revelações, ou seja, que nós precisamos trabalhar na forma de seja o que for que tua mão alcance para fazer pela tua força, faça-o. É somente aqui que podemos agir; porém, obter a alma e vitalidade depende de Jesus.

Se você está no grupo das ovelhas perdidas, relaxa, NADA vai acontecer para que você seja constrangido, a não ser que você queira que o SEU oculto seja revelado. Se você faz parte do grupo onde você esta buscando ovelhas perdidas, não deixe seu ego superar o nome do seu Mestre.