Temos que aprender que ser homem de verdade...
não é ter várias mulheres
não é desrespeitar a mulher
não é ser agressivo (nem mesmo com palavras)
não é viver o bateu-levou
não é xingar a quem nos fez algo
não é fácil... mas é (entre outras coisas)
ser fiel a uma só mulher
conquistá-la a cada dia
cuidar e zelar como a parte mais frágil
ser manso
ser humilde
não concordar mas, respeitar o próximo ainda que ele seja, bandido, homossexual, drogado, prostituto ou qualquer outra coisa
e tentar ser como Jesus o único Deus o qual se fez homem de verdade
por amor a nós...
Carlos Gomes
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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
domingo, 26 de dezembro de 2010
A Armadilha da Música Cristã
Do PavaBlog
Joel Heng Hartse
Quando eu era adolescente, o rock cristão era quase a minha religião. Não me lembro de ler a Bíblia por vontade própria, mas todas as paredes do meu quarto estava forradas com anos de recortes de revistas da minha banda cristã favorita. Para ser honesto, não acho que isso era totalmente errado. Eu precisava de algo para reverenciar, e essas bandas cristãs que eu ouvia me faziam pensar sobre todos os tipos de assunto que precisava pensar e nas outras coisas que ainda são importantes para mim até hoje: amor, misericórdia, justiça, morte, vida, esperança, alegria, Deus. Portanto, realmente não estou preocupado em pensar que aquilo era um sacrilégio. Sim: eu fui um roqueiro cristão.
Não conhecia as gravadoras famosas na época, como Kill Rock Stars ou Sub Pop, mas sabia de cor o nome de todas as bandas dos selos cristãos alternativos. Comprava os CDs do Poor Old Lu (não do Nirvana), lia apenas revistas cristãs e só escutava programas de rádio evangélicas. O rock and roll era parte de um pacote que incluía igreja, estudos bíblicos para jovens, culto de jovens, oração e evangelização.
Apesar de tudo, acho que nunca foi um cristão fundamentalista, porque não me vejo nesses testemunhos, às vezes engraçados, às vezes dolorosos, de pessoas que hoje com mais de 30 reclamam como alguém lhes puxou o tapete espiritual, que foram criados em ambientes fundamentalistas e que entraram em crise a primeira vez que alguém lhes disse que Adão e Eva não eram literalmente os dois primeiros seres humanos. Para eles, tudo que criam foi posto em dúvida e logo em seguida passaram a ser cínicos ou até mesmo ateus. Embora o meu entendimento do cristianismo tenha mudado ao longo dos anos, não foi isso o que aconteceu comigo. Eu não “perdi” minha fé.
Mas eu me lembro do momento exato que deixei de acreditar na música cristã.
Na década de 1990, se eu estava em um show cristão, é bem provável que o Audio Adrenaline era a banda de abertura. Não sei por que eles ficaram nessa condição durante muitos anos. Eu os vi abrir umas cem vezes para dc Talk e o mesmo tanto para o Newsboys, toda turnê era a mesma coisa. A gravadora deles, ForeFront Records, ajudava a pintar uma imagem de banda rebelde para o Audio Adrenaline. Uma jogada genial foi o lançamento de um álbum ao vivo, chamado Live Bootleg [Pirata ao vivo], cuja capa era uma fotografia em preto e branco no melhor estilo rock-and-roll. Apenas um dos membros da banda balançando a cabeça, de uma maneira totalmente roqueira. Não havia nada de pirata naquele disco, era uma gravação autorizada e de uma grande gravadora. O Audio Adrenaline sequer tinha um baterista nos seus dois primeiros discos, mas eram rotulados então como uma banda rebelde ultra grunge. Se você tivesse que compará-los a uma banda de rock secular, provavelmente os chamaria de um “Spin Doctors cristão”. Sua música de sucesso onipresente nas rádios cristãs era “Big House” [Casa Grande] que falava do céu, não da cadeia, usava quatro acordes e sua pegada parecia a mesma da música de maior sucesso naquele ano, “Two Princes” do Spin Doctors.
Os shows do Audio Adrenaline naqueles tempos eram cheios de performances com pulos e gritos, especialmente na sua música que fazia sucesso em festas cristãs “We’re a band” [Nós somos uma banda], cujo refrão dizia: “Nós somos uma banda! Nós somos uma banda! Nós somos uma banda! “O Audio Adrenaline era, sem dúvida, uma banda. Por isso a sua traição doeu mais que qualquer coisa que eu pudesse imaginar.
Não quero colocar a culpa no Audio Adrenaline. Esta história poderia ser recontada com quase qualquer banda de rock cristão famosa na década de 1990, em qualquer show. Mas vou contar o que aconteceu: No meio do show, depois de 45 minutos ou mais de suar, balançarem a cabeça e cantarem que eles eram uma banda, o Audio Adrenaline pediu um tempo para falar ao público sobre Jesus. Isso não era incomum em shows cristãos, os jovens na platéia toleravam o papo com alegria, embora raramente respondessem ao apelo. Quando um dos membros da banda se aproximou do microfone, minha vida mudou. Mas não da forma como a banda pretendia.
“Só quero dizer uma coisa”, disse ele. A platéia fez um silêncio reverente. “A música que fazemos é um truque.” Ele começou a explicar que a única razão pela qual eles tocavam suas música era para chamar nossa atenção e nos mostrar a importância de aceitar Jesus Cristo como salvador. “Jesus o ama”, ele continuou, “e quer ter um relacionamento pessoal com você. A música é algo secundário, não é o mais importante. É uma armadilha. Não importa”.
Não importa? Fiquei espantado. Não importa! A coisa pela qual eu mais me interessava não importava para eles.
Fiquei confuso e depois com raiva. Como você se atreve a me fazer gostar tanto de música? Como vocês se atrevem: gravadoras, rádios, e livrarias cristãs? Bandas de rock e grupos de jovens, como se atrevem a me fazer apaixonar pelo rock and roll e depois me dizer que é tudo uma farsa, que a única razão de eu estar ouvindo sua música é por que, atrás de tudo isso, está a coisa certa em que acreditar. Eu já creio! Posso ficar apenas com a música? E vocês do Audio Adrenaline? Disseram há poucos minutos em uma de suas músicas que eram uma banda. Uma banda!
Eu havia tolerado muitas armadilhas mesquinhas dessa subcultura em nome da música que eu amava. Porém, não podia tolerar uma banda mentindo para mim. Aquele foi o começo do fim do meu caso de amor adolescente com o rock cristão. Mas não fiquei amargurado. Esse episódio foi o empurrão que eu precisava, uma situação que acabaria abrindo para mim um mundo no qual Deus pode ser experimentado em mil lugares além de uma igreja e mil canções que não eram cânticos de louvor. Antes não achava que isso seria possível.
Suspeito que muitos de nós já perceberam isso, de uma maneira ou de outra. Talvez você tenha vivido uma história semelhante. Essa história continua, mas treinei meus ouvidos para identificar vestígios do sagrado em todo tipo de música. Acho que, de certa forma, devo isso a uma banda que declarou, certa vez, que não era uma banda. Embora, para mim, eles realmente eram.
Joel Heng Hartse já escreveu, sobre música para muitas publicações evangélicas, Este texto é uma adaptação do capítulo 4 de seu novo livro, Sects, Love, Rock and Roll, editora Cascade AQUI
Fonte: Relevant
Joel Heng Hartse
Quando eu era adolescente, o rock cristão era quase a minha religião. Não me lembro de ler a Bíblia por vontade própria, mas todas as paredes do meu quarto estava forradas com anos de recortes de revistas da minha banda cristã favorita. Para ser honesto, não acho que isso era totalmente errado. Eu precisava de algo para reverenciar, e essas bandas cristãs que eu ouvia me faziam pensar sobre todos os tipos de assunto que precisava pensar e nas outras coisas que ainda são importantes para mim até hoje: amor, misericórdia, justiça, morte, vida, esperança, alegria, Deus. Portanto, realmente não estou preocupado em pensar que aquilo era um sacrilégio. Sim: eu fui um roqueiro cristão.
Não conhecia as gravadoras famosas na época, como Kill Rock Stars ou Sub Pop, mas sabia de cor o nome de todas as bandas dos selos cristãos alternativos. Comprava os CDs do Poor Old Lu (não do Nirvana), lia apenas revistas cristãs e só escutava programas de rádio evangélicas. O rock and roll era parte de um pacote que incluía igreja, estudos bíblicos para jovens, culto de jovens, oração e evangelização.
Apesar de tudo, acho que nunca foi um cristão fundamentalista, porque não me vejo nesses testemunhos, às vezes engraçados, às vezes dolorosos, de pessoas que hoje com mais de 30 reclamam como alguém lhes puxou o tapete espiritual, que foram criados em ambientes fundamentalistas e que entraram em crise a primeira vez que alguém lhes disse que Adão e Eva não eram literalmente os dois primeiros seres humanos. Para eles, tudo que criam foi posto em dúvida e logo em seguida passaram a ser cínicos ou até mesmo ateus. Embora o meu entendimento do cristianismo tenha mudado ao longo dos anos, não foi isso o que aconteceu comigo. Eu não “perdi” minha fé.
Mas eu me lembro do momento exato que deixei de acreditar na música cristã.
Na década de 1990, se eu estava em um show cristão, é bem provável que o Audio Adrenaline era a banda de abertura. Não sei por que eles ficaram nessa condição durante muitos anos. Eu os vi abrir umas cem vezes para dc Talk e o mesmo tanto para o Newsboys, toda turnê era a mesma coisa. A gravadora deles, ForeFront Records, ajudava a pintar uma imagem de banda rebelde para o Audio Adrenaline. Uma jogada genial foi o lançamento de um álbum ao vivo, chamado Live Bootleg [Pirata ao vivo], cuja capa era uma fotografia em preto e branco no melhor estilo rock-and-roll. Apenas um dos membros da banda balançando a cabeça, de uma maneira totalmente roqueira. Não havia nada de pirata naquele disco, era uma gravação autorizada e de uma grande gravadora. O Audio Adrenaline sequer tinha um baterista nos seus dois primeiros discos, mas eram rotulados então como uma banda rebelde ultra grunge. Se você tivesse que compará-los a uma banda de rock secular, provavelmente os chamaria de um “Spin Doctors cristão”. Sua música de sucesso onipresente nas rádios cristãs era “Big House” [Casa Grande] que falava do céu, não da cadeia, usava quatro acordes e sua pegada parecia a mesma da música de maior sucesso naquele ano, “Two Princes” do Spin Doctors.
Os shows do Audio Adrenaline naqueles tempos eram cheios de performances com pulos e gritos, especialmente na sua música que fazia sucesso em festas cristãs “We’re a band” [Nós somos uma banda], cujo refrão dizia: “Nós somos uma banda! Nós somos uma banda! Nós somos uma banda! “O Audio Adrenaline era, sem dúvida, uma banda. Por isso a sua traição doeu mais que qualquer coisa que eu pudesse imaginar.
Não quero colocar a culpa no Audio Adrenaline. Esta história poderia ser recontada com quase qualquer banda de rock cristão famosa na década de 1990, em qualquer show. Mas vou contar o que aconteceu: No meio do show, depois de 45 minutos ou mais de suar, balançarem a cabeça e cantarem que eles eram uma banda, o Audio Adrenaline pediu um tempo para falar ao público sobre Jesus. Isso não era incomum em shows cristãos, os jovens na platéia toleravam o papo com alegria, embora raramente respondessem ao apelo. Quando um dos membros da banda se aproximou do microfone, minha vida mudou. Mas não da forma como a banda pretendia.
“Só quero dizer uma coisa”, disse ele. A platéia fez um silêncio reverente. “A música que fazemos é um truque.” Ele começou a explicar que a única razão pela qual eles tocavam suas música era para chamar nossa atenção e nos mostrar a importância de aceitar Jesus Cristo como salvador. “Jesus o ama”, ele continuou, “e quer ter um relacionamento pessoal com você. A música é algo secundário, não é o mais importante. É uma armadilha. Não importa”.
Não importa? Fiquei espantado. Não importa! A coisa pela qual eu mais me interessava não importava para eles.
Fiquei confuso e depois com raiva. Como você se atreve a me fazer gostar tanto de música? Como vocês se atrevem: gravadoras, rádios, e livrarias cristãs? Bandas de rock e grupos de jovens, como se atrevem a me fazer apaixonar pelo rock and roll e depois me dizer que é tudo uma farsa, que a única razão de eu estar ouvindo sua música é por que, atrás de tudo isso, está a coisa certa em que acreditar. Eu já creio! Posso ficar apenas com a música? E vocês do Audio Adrenaline? Disseram há poucos minutos em uma de suas músicas que eram uma banda. Uma banda!
Eu havia tolerado muitas armadilhas mesquinhas dessa subcultura em nome da música que eu amava. Porém, não podia tolerar uma banda mentindo para mim. Aquele foi o começo do fim do meu caso de amor adolescente com o rock cristão. Mas não fiquei amargurado. Esse episódio foi o empurrão que eu precisava, uma situação que acabaria abrindo para mim um mundo no qual Deus pode ser experimentado em mil lugares além de uma igreja e mil canções que não eram cânticos de louvor. Antes não achava que isso seria possível.
Suspeito que muitos de nós já perceberam isso, de uma maneira ou de outra. Talvez você tenha vivido uma história semelhante. Essa história continua, mas treinei meus ouvidos para identificar vestígios do sagrado em todo tipo de música. Acho que, de certa forma, devo isso a uma banda que declarou, certa vez, que não era uma banda. Embora, para mim, eles realmente eram.
Joel Heng Hartse já escreveu, sobre música para muitas publicações evangélicas, Este texto é uma adaptação do capítulo 4 de seu novo livro, Sects, Love, Rock and Roll, editora Cascade AQUI
Fonte: Relevant
ONDE TEMOS ERRADO?
Julio Zampareti Fernandes
Quando tratamos de escatologia (estudo das últimas coisas) sempre somos remetidos, ao menos tentados, a pensar em coisas que estão por vir e que estão fora de nossa realidade. A expressão “últimos dias” tem levado muitos a excluir do conceito escatológico os dias atuais, bem como os dias passados.
Nesse ínterim, muitas profecias referentes à primeira vinda de Cristo são conotadas, erroneamente, à sua segunda vinda, contando-se que toda transformação a ser executada nessa terra se dará por conta pessoal de Cristo, que virá, supõe-se, trazendo transformação instantânea de todo mal em benesse. O problema disso é que, com esse pensamento, a igreja se exime da responsabilidade de promover a salvação deste mundo, função que lhe é claramente atribuída pelas Escrituras Sagradas e especialmente por ninguém menos que o próprio Senhor Jesus. Muito se fala em salvação individual e o que as igrejas, em sua maioria, tem feito é “guiar” os fiéis aos crivos que lhe garantam um pedaço do céu e, claro, regalias na terra.
Com isso, a religiosidade mesquinha de nossos dias tem conduzido as pessoas a cada vez mais se preocuparem unicamente com seus próprios problemas, esquecendo-se dos problemas sociais, ambientais e culturais, isolando-se de tudo que de fato iluminaria a terra. Quando as igrejas manifestam alguma preocupação do tipo, o fazem pensando em impor sua cultura. Trata-se, na verdade, de um ato muito mais proselitista do que caridoso, pois o que fazem, fazem sem acreditar que o mundo possa ser transformado, senão por uma intervenção extraordinária, milagrosa e pessoal de Cristo, em razão de sua volta.
O que, de forma geral, tem se esquecido, ou não se quer crer, é que as transformações propostas nas páginas sagradas não dizem respeito a um futuro distante, mas sim a um passado presente; que os últimos dias descritos na Bíblia reportam-se à última aliança de Deus com os homens; e que tal aliança já se deu há dois mil anos, por meio de Cristo. Esta aliança é última porque é eterna e é a partir dela que todas as coisas são transformadas.
Deus não realizará a obra que destinou os homens a fazê-la. O tempo profetizado por Isaías, de dias sem choro, sem dor, em que cegos veriam, mudos falariam e coxos saltariam não diz respeito a uma nova aliança por vir, mas a nova aliança que veio. Quando Jesus mandou dizer a João Batista que os cegos enxergavam, os mudos falavam e até os mortos ressuscitavam, Jesus trouxe ao seu tempo presente a promessa que Isaías fizera ao futuro. Portanto, Cristo fez o futuro presente.
Para nós, não nos cabe crer que o futuro nos reserva o melhor, mas que o melhor está oculto no presente a espreita de que o revelemos. Se ainda choramos e sofremos em meio a maldade humana, possivelmente ainda não descobrimos o poder da mensagem de Cristo. Talvez tenhamos andado em direção errada, tão preocupados com os dogmas, as exegeses e as regras de hermenêutica; brigando, discutindo e criando cismas em função das concepções escatológicas, eclesiológicas e cristológicas, enquanto tudo o que Jesus ensinou foi amar. Que fruto haverá das orações por paz no mundo se nem entre os que oram existe paz? Atrevo a dizer que se soubéssemos amar não precisaríamos da Bíblia. Em contraponto, a mesma Bíblia que compila a maior história de amor que a humanidade pode ter conhecimento, é motivo de discórdia e desamor entre os que a divulgam. Alguma coisa está muito errada!
Segundo Isaías, no “caminho de santidade”, ímpios não entrariam, mas até tolos trilhariam por ele sem errar. Como então tantos teólogos, mestres, lideres religiosos e nós que somos tão sabidos temos errado tanto?
Se eu lhe parecer tolo, já nem me importo. Mas pela primeira vez em minha vida reescreverei a frase de Martinho Lutero que até aqui tanto defendi e a utilizei em palestras, estudos e homilias.
Frase original: "Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem sonhos nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida, como para o que há de vir."
Frase reescrita: Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem sonhos nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom do amor, que me da instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida, como para o que há de vir. Pois sem amor, que serventia tem as Escrituras Sagradas e todo conhecimento que ao homem possa ser dado? Tanto um quanto outro, certamente, servirão ao mal!
Se eu estiver pecando nesse meu critério, que assim seja, pois prefiro pecar por amor, a “acertar” sem amar. “Porque o amor cobre multidão de pecados” (I Pedro 4.8b).
Julio Zampareti Fernandes é pastor episcopal em Santa Catarina e é amigo do Genizah
Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2010/12/onde-temos-errado.html#ixzz19EIakEgL
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial Share Alike
Quando tratamos de escatologia (estudo das últimas coisas) sempre somos remetidos, ao menos tentados, a pensar em coisas que estão por vir e que estão fora de nossa realidade. A expressão “últimos dias” tem levado muitos a excluir do conceito escatológico os dias atuais, bem como os dias passados.
Nesse ínterim, muitas profecias referentes à primeira vinda de Cristo são conotadas, erroneamente, à sua segunda vinda, contando-se que toda transformação a ser executada nessa terra se dará por conta pessoal de Cristo, que virá, supõe-se, trazendo transformação instantânea de todo mal em benesse. O problema disso é que, com esse pensamento, a igreja se exime da responsabilidade de promover a salvação deste mundo, função que lhe é claramente atribuída pelas Escrituras Sagradas e especialmente por ninguém menos que o próprio Senhor Jesus. Muito se fala em salvação individual e o que as igrejas, em sua maioria, tem feito é “guiar” os fiéis aos crivos que lhe garantam um pedaço do céu e, claro, regalias na terra.
Com isso, a religiosidade mesquinha de nossos dias tem conduzido as pessoas a cada vez mais se preocuparem unicamente com seus próprios problemas, esquecendo-se dos problemas sociais, ambientais e culturais, isolando-se de tudo que de fato iluminaria a terra. Quando as igrejas manifestam alguma preocupação do tipo, o fazem pensando em impor sua cultura. Trata-se, na verdade, de um ato muito mais proselitista do que caridoso, pois o que fazem, fazem sem acreditar que o mundo possa ser transformado, senão por uma intervenção extraordinária, milagrosa e pessoal de Cristo, em razão de sua volta.
O que, de forma geral, tem se esquecido, ou não se quer crer, é que as transformações propostas nas páginas sagradas não dizem respeito a um futuro distante, mas sim a um passado presente; que os últimos dias descritos na Bíblia reportam-se à última aliança de Deus com os homens; e que tal aliança já se deu há dois mil anos, por meio de Cristo. Esta aliança é última porque é eterna e é a partir dela que todas as coisas são transformadas.
Deus não realizará a obra que destinou os homens a fazê-la. O tempo profetizado por Isaías, de dias sem choro, sem dor, em que cegos veriam, mudos falariam e coxos saltariam não diz respeito a uma nova aliança por vir, mas a nova aliança que veio. Quando Jesus mandou dizer a João Batista que os cegos enxergavam, os mudos falavam e até os mortos ressuscitavam, Jesus trouxe ao seu tempo presente a promessa que Isaías fizera ao futuro. Portanto, Cristo fez o futuro presente.
Para nós, não nos cabe crer que o futuro nos reserva o melhor, mas que o melhor está oculto no presente a espreita de que o revelemos. Se ainda choramos e sofremos em meio a maldade humana, possivelmente ainda não descobrimos o poder da mensagem de Cristo. Talvez tenhamos andado em direção errada, tão preocupados com os dogmas, as exegeses e as regras de hermenêutica; brigando, discutindo e criando cismas em função das concepções escatológicas, eclesiológicas e cristológicas, enquanto tudo o que Jesus ensinou foi amar. Que fruto haverá das orações por paz no mundo se nem entre os que oram existe paz? Atrevo a dizer que se soubéssemos amar não precisaríamos da Bíblia. Em contraponto, a mesma Bíblia que compila a maior história de amor que a humanidade pode ter conhecimento, é motivo de discórdia e desamor entre os que a divulgam. Alguma coisa está muito errada!
Segundo Isaías, no “caminho de santidade”, ímpios não entrariam, mas até tolos trilhariam por ele sem errar. Como então tantos teólogos, mestres, lideres religiosos e nós que somos tão sabidos temos errado tanto?
Se eu lhe parecer tolo, já nem me importo. Mas pela primeira vez em minha vida reescreverei a frase de Martinho Lutero que até aqui tanto defendi e a utilizei em palestras, estudos e homilias.
Frase original: "Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem sonhos nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida, como para o que há de vir."
Frase reescrita: Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem sonhos nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom do amor, que me da instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida, como para o que há de vir. Pois sem amor, que serventia tem as Escrituras Sagradas e todo conhecimento que ao homem possa ser dado? Tanto um quanto outro, certamente, servirão ao mal!
Se eu estiver pecando nesse meu critério, que assim seja, pois prefiro pecar por amor, a “acertar” sem amar. “Porque o amor cobre multidão de pecados” (I Pedro 4.8b).
Julio Zampareti Fernandes é pastor episcopal em Santa Catarina e é amigo do Genizah
Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2010/12/onde-temos-errado.html#ixzz19EIakEgL
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial Share Alike
Long Live to the "Gospel"...
Parabéns!
Longa vida aos idiotas que seguem a Deus em busca de bençãos imaginárias
A todos que exploram a fé de pobres coitados
Que vendem votos e manipulam as mentes dos imbecis
Longa vida aos pastores que transformam o púlpito em palco
em palanque, em barraquinha de vendas, em matadouro de ovelhas
Viva, viva, vida longa aos reis da bandidagem, da pilantragem
que te chamam de falso cristão pq vc curte rock, pagode ou seja lá o q for
mas que traem suas esposas, chamam os "fiéis" de trouxas e "ou dá ou desce"
Viva a todas as Bíblias entupidas de dinheiro desviado
Viva a todos os templos que caem por falta de administração decente
enquanto a liderança vai festejar seu poderio de merda em algum paraíso fiscal
Viva todas as bandas gospel, e junto com elas todas as gravadoras que vivem como empresas capitalistas
Viva... vida longa a todos vcs
E a vcs tolos que vão ler isso aki
E vão dar uma risadinha besta
E me chamarão de doido, idiota, imbecil, vagabundo, falso crente, satanista, a BOSTA q quiserem
E pior, vão voltar pra sua vidinha de lixo
Cagando na Verdade e cuspindo na cara de Cristo.
Longa vida a vcs. Para que vcs possam se arrepender antes q seja tarde.
Longa vida aos idiotas que seguem a Deus em busca de bençãos imaginárias
A todos que exploram a fé de pobres coitados
Que vendem votos e manipulam as mentes dos imbecis
Longa vida aos pastores que transformam o púlpito em palco
em palanque, em barraquinha de vendas, em matadouro de ovelhas
Viva, viva, vida longa aos reis da bandidagem, da pilantragem
que te chamam de falso cristão pq vc curte rock, pagode ou seja lá o q for
mas que traem suas esposas, chamam os "fiéis" de trouxas e "ou dá ou desce"
Viva a todas as Bíblias entupidas de dinheiro desviado
Viva a todos os templos que caem por falta de administração decente
enquanto a liderança vai festejar seu poderio de merda em algum paraíso fiscal
Viva todas as bandas gospel, e junto com elas todas as gravadoras que vivem como empresas capitalistas
Viva... vida longa a todos vcs
E a vcs tolos que vão ler isso aki
E vão dar uma risadinha besta
E me chamarão de doido, idiota, imbecil, vagabundo, falso crente, satanista, a BOSTA q quiserem
E pior, vão voltar pra sua vidinha de lixo
Cagando na Verdade e cuspindo na cara de Cristo.
Longa vida a vcs. Para que vcs possam se arrepender antes q seja tarde.
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
FOGO ESTRANHO
Extraído de A Igreja ao Gosto do Freguês
Em tempos de aberrações teológicas, apologistas e líderes evangélicos demonstram perplexidade diante de desvios doutrinários
da Redação
O crente brasileiro sabe: vez por outra, a Igreja Evangélica brasileira é agitada por uma novidade. Pode ser a chegada de um novo movimento teológico, de uma doutrina inusitada ou mesmo de uma prática heterodoxa, daquelas que causam entusiasmo em uns e estranheza em outros. Quem frequentava igrejas nos anos 1980 há de se lembrar do suposto milagre dos dentes de ouro, por exemplo. Na época, milhares de crentes começaram a testemunhar que, durante as orações, obturações douradas apareciam sobrenaturalmente em suas bocas, numa espécie de odontologia divina.
Muito se disse e se fez em nome dessa alegada ação sobrenatural de Deus, que atraiu muita gente aos cultos. Embora contestados por dentistas e nunca satisfatoriamente explicados – segundo especialistas, o amarelecimento natural de obturações ao longo do tempo poderia explicar o fenômeno, e houve quem dissesse que a bênção nada mais era que o efeito de sugestão –, os dentes de ouro marcaram época e ainda aparecem em bocas por aí, numa ou noutra congregação.
Outras manifestações nada convencionais sacudiram o segmento pentecostal de tempos em tempos. Uma delas era a denominada queda no Espírito, quando o fiel, durante a oração, sofria uma espécie de arrebatamento, caindo ao solo e permanecendo como que em transe. Disseminada a partir do trabalho de pregadores americanos como Benny Hinn e Kathryn Kuhlman, a queda no poder passou a ser largamente praticada como sinal de plenitude espiritual e chegou com força ao Brasil.
A coqueluche também passou, mas ainda hoje diversos ministérios e pregadores fazem do chamado cair no poder elemento importante de sua liturgia. A moda logo foi substituída por outras, ainda mais bizarras, como a “unção do riso” e a “unção dos animais”. Disseminadas pela Comunhão Cristã do Aeroporto de Toronto, no Canadá, a partir de 1993, tais práticas beiravam a histeria coletiva – a certa altura do culto, diversas pessoas caíam ao chão, rindo descontroladamente ou emitindo sons de animais como leões e águias. Tudo era atribuído ao poder do Espírito Santo.
A chamada “bênção de Toronto” logo ganhou mundo, à semelhança das mais variadas novidades. Parece que, quanto mais espetacular a manifestação, mais ela tende a se popularizar, atropelando até mesmo o bom senso. Mas o que para muita gente é ato profético ou manifestação do poder do Senhor também é visto por teólogos moderados como simples modismos ou – mais sério ainda – desvios doutrinários. Pior é quando a nova teologia é usada com fins fraudulentos, para arrancar uma oferta a mais ou exercer poder eclesiástico autoritário. “A Bíblia diz claramente que haverá a disseminação de heresias nos últimos dias, e não um grande reavivamento, como alguns estão anunciando”, alerta Araripe Gurgel, pesquisador da Agência de Informações Religiosas (Agir).
Pastor da Igreja Cristã da Trindade, ele é especialista em seitas e aberrações cristãs e observa que cada vez mais a Palavra de Deus tem sido contaminada e pervertida pelo apelo místico. “Esse tipo de abordagem introduz no cristianismo heresias disfarçadas em meias-verdades, levando a uma religião de aparência, sensorial, sem a real percepção de Deus”, destaca.
“Não dá para ficar quieto diante de tanta bizarrice”, protesta o pastor e escritor Renato Vargens, da Igreja Cristã da Aliança, em Niterói (RJ). Apologista, ele tem feito de seu blog uma trincheira na luta contra aberrações teológicas como as que vê florescer, sobretudo, no neopentecostalismo.
“Acredito, que, mais do que nunca, a Igreja de Cristo precisa preservar a sã doutrina, defendendo os valores inegociáveis da fé cristã. A apologética cristã é um ministério indispensável à saúde do Corpo de Cristo”. Na internet, ele disponibiliza farto material, como vídeos que mostram um pouco de tudo. Um dos mais comentados foi um em que um dos líderes do Ministério de Madureira das Assembleias de Deus, Samuel Ferreira, aparece numa espécie de arrebatamento sobre uma pilha de dinheiro, arrecadado durante um culto. “Acabo de ver no YouTube o vídeo de um falso profeta chamado reverendo João Batista, que comercializa pó sagrado, perfume da prosperidade e até um tal martelão do poder”. acrescenta Vargens.
Autor do recém-lançado livro Cristianismo ao gosto do freguês, em que denuncia a redução da fé evangélica a mero instrumento de manipulação, o pastor tem sido um crítico obstinado de líderes pentecostais que fazem em seus programas de TV verdadeiras barganhas em nome de Jesus. “O denominado apóstolo Valdomiro Santiago faz apologia de sua denominação, a Igreja Mundial do Poder de Deus, desqualificando todas as outras. E tem ensinado doutrinas absolutamente antibíblicas, onde o ‘tomá-lá-dá-cá’ é a regra”. Uma delas é o trízimo, em que desafia o fiel a ofertar à instituição 30% de seus rendimentos, e não os tradicionais dez por cento. A “doutrina das sementes”, defendida por pregadores americanos como Mike Murdoch e Morris Cerullo nos programas do pastor Silas Malafaia, também rendeu diversos posts. Segundo eles, o crente deve ofertar valores específicos – no caso, donativos na faixa dos mil reais – em troca de uma unção financeira capaz de levá-lo à prosperidade. “Trata-se de um evangelho espúrio, para tirar dinheiro dos irmãos”, reclama Vargens. “Deus não é bolsa de valores, nem se submete às nossas barganhas ou àqueles que pensam que podem manipular o sagrado estabelecendo regras de sucesso pessoal.”
Crise teológica – Numa confissão religiosa tão multifacetada em suas expressões e diversa em termos de organização e liderança, é natural que o segmento evangélico sofra com a perda de identidade. O próprio conceito do que é ser crente no país – tema de capa da edição nº 15 de CRISTIANISMO HOJE – é extremamente difuso. E muitas denominações, envolvidas em práticas heterodoxas, vez por outra adotam ritos estranhos à tradição protestante. Joaquim de Andrade, pastor da Igreja Missionária Evangélica Maranata, do Rio, é um pesquisador de seitas e heresias que já enfrentou até conflitos com integrantes de outras crenças, como testemunhas de Jeová e umbandistas. Destes tempos, guarda o pensamento crítico com que enxerga também a situação atual da fé evangélica: “Vivemos uma verdadeira crise teológica, de identidade e integridade. Os crentes estão dando mais valor às manifestações espirituais do que à Palavra de Deus”.
Neste caldo, qualquer liderança mais carismática logo conquista seguidores, independentemente da fidelidade de sua mensagem à Bíblia. “Manifestações atraem pessoas. O próprio Nicodemos concluiu que os sinais que Cristo operou foram além do alcance do povo, mas não temos evidência de que ele tenha mesmo se convertido”, explica o pastor Russel Shedd, doutor em teologia e um dos mais acreditados líderes evangélicos em atuação no Brasil. Ele refere-se a um personagem bíblico que teve importante discussão com Jesus, que ao final admoestou-lhe da necessidade de o homem nascer de novo pela fé. “Líderes que procuram vencer a competição entre igrejas precisam alegar que têm poder”, observa, lembrando que a oferta do sobrenatural precisa atender à imensa demanda dos dias de hoje. “Mas poder não salva nem transmite amor”, conclui.
“A busca pela expansão evangélica traz consigo essa necessidade de aculturação e, na cultura religiosa brasileira, nada mais puro do que a mistura”, acrescenta o pastor Fabrício Cunha, da Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo. “O candomblé já fez isso, usando os símbolos do catolicismo; o espiritismo, usando a temática cristã; e agora, vêm os evangélicos neopentecostais, usando toda uma simbologia afro e um misticismo pagão”, explica. Como um dos coordenadores do Fórum Jovem de Missão Integral e membro da Fraternidade Teológica Latinoamericana, ele observa que mesmo os protestantes são fruto de uma miscigenação generalizada, o que, no campo da religião, tem em sua gênese um alto nível de sincretismo.
Acontece que, em determinadas comunidades cristãs, alguns destes elementos precisam ser compreendidos como estratégias de comunicação e atração de novos fiéis.
Aí, vale tanto a distribuição de objetos com apelo mágico, como rosas ungidas ou frascos de óleo, como a oferta de manifestações tidas como milagrosas, como o já citado dente de ouro ou as estrelinhas de fogo – se o leitor ainda não conhece, saiba que trata-se de pontos luminosos que, segundo muitos crentes, costumam aparecer brilhando em reuniões de busca de poder, sobretudo vigílias durante a noite ou cultos realizados nos montes, prática comum nas periferias de grandes cidades como o Rio de Janeiro.
O objetivo das tais estrelinhas? Ninguém sabe, mas costuma-se dizer que é fogo puro, assim como tantas outras manifestações do gênero.
“Alguns desses elementos são resultado de um processo de sectarização religiosa”, opina o teólogo e mestre em ciências da religião Valtair Miranda. “Ou seja, quanto mais exótica for a manifestação, mais fácil será para esse líder carismático atrair seguidores para seu grupo”.
Miranda explica que, como as igrejas evangélicas, sobretudo as avivadas, são, em linhas gerais, muito parecidas, o que os grupos sectários querem é se destacar. “Eles preconizam um determinado tópico teológico ou passagem bíblica, e crescem em torno disso. Objetos como lenços ungidos, medalhas, sal ou sabonete santificados são exemplos. Quanto mais diferente, maior a probabilidade de atrair algum curioso”. A estratégia tende a dar resultado quando gira em torno de uma figura religiosa carismática. “Sem carisma, estes elementos logo provocam sarcasmo e evasão”, ressalva. O estudioso lembra o que caracteriza fundamentalmente um grupo sectário – o isolamento. “Uma seita precisa marcar bem sua diferença para segurar seu adepto. Quanto mais ele levantar seus muros, mais forte será a identidade e a adesão do fiel.”
“Propósito de Deus” – Mas quem faz das manifestações do poder do Espírito Santo parte fundamental de seu ministério defende que apenas milagres não bastam. “É necessário um propósito e uma mudança de vida”, declara o bispo Salomão dos Santos, dirigente da Associação Evangélica Missionária Ministério Vida. Como ele mesmo diz, trata-se de uma igreja movida pelo poder da Palavra de Deus, “que crê que Jesus salva, cura, liberta e transforma vidas”. O próprio líder se diz um fruto desse poder. Salomão conta que já esteve gravemente doente, sofrendo de hepatite, câncer e outras complicações que a medicina não podia curar. “Cheguei a morrer, mas miraculosamente voltei à vida”, garante o bispo, dizendo que chegou a jazer oito horas no necrotério de um hospital. “Voltei pela vontade de Deus”, comemora, cheio de fé.
Consciente, Salomão diz que milagres e manifestações naturais realmente acontecem, mas “somente para a exaltação e a glória do Senhor, e não de homens ou denominações”. O bispo também observa que alguns têm feito do poder extraordinário de Jesus uma grande indústria de milagres: “O Senhor não dá sua glória para ninguém. Ele opera maravilhas através da instrumentalidade de nossas vidas”. E faz questão de reiterar a simplicidade com que Jesus viveu sua vida terrena e que, muitas vezes, realizou grandes milagres sem nenhum alarde. “O agir de Deus não é um espetáculo.” (Colaborou Virgínia Martin) Sangue fajuto.
novidade chama a atenção pelo seu aspecto bizarro. Num templo da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), fiéis caminham através de pórticos representando diversos aspectos da vida (“Saúde”, “Família”, “Finanças”). Até aí, nada demais – os chamados atos proféticos como este são comuns na denominação. O mais estranho acontece depois. Caracterizados como sacerdotes do Antigo Testamento, pastores da Universal recebem as pessoas e, sobre um pequeno altar estilizado, fazem um “sacrifício de sangue”. A nova prática vem ganhando espaço nos cultos da Iurd, igreja que já introduziu no neopentecostalismo uma série de elementos simbólicos. Tudo bem que o sangue não é real (trata-se de simples tinta), mas a imolação simulada vai contra tudo o que ensina o Novo Testamento, segundo o qual Jesus, o Cordeiro de Deus, entregou-se a si mesmo como supremo e definitivo sacrifício pela humanidade. Com sangue puro, e não cenográfico.
FONTE: CRISTIANISMO HOJE
Em tempos de aberrações teológicas, apologistas e líderes evangélicos demonstram perplexidade diante de desvios doutrinários
da Redação
O crente brasileiro sabe: vez por outra, a Igreja Evangélica brasileira é agitada por uma novidade. Pode ser a chegada de um novo movimento teológico, de uma doutrina inusitada ou mesmo de uma prática heterodoxa, daquelas que causam entusiasmo em uns e estranheza em outros. Quem frequentava igrejas nos anos 1980 há de se lembrar do suposto milagre dos dentes de ouro, por exemplo. Na época, milhares de crentes começaram a testemunhar que, durante as orações, obturações douradas apareciam sobrenaturalmente em suas bocas, numa espécie de odontologia divina.
Muito se disse e se fez em nome dessa alegada ação sobrenatural de Deus, que atraiu muita gente aos cultos. Embora contestados por dentistas e nunca satisfatoriamente explicados – segundo especialistas, o amarelecimento natural de obturações ao longo do tempo poderia explicar o fenômeno, e houve quem dissesse que a bênção nada mais era que o efeito de sugestão –, os dentes de ouro marcaram época e ainda aparecem em bocas por aí, numa ou noutra congregação.
Outras manifestações nada convencionais sacudiram o segmento pentecostal de tempos em tempos. Uma delas era a denominada queda no Espírito, quando o fiel, durante a oração, sofria uma espécie de arrebatamento, caindo ao solo e permanecendo como que em transe. Disseminada a partir do trabalho de pregadores americanos como Benny Hinn e Kathryn Kuhlman, a queda no poder passou a ser largamente praticada como sinal de plenitude espiritual e chegou com força ao Brasil.
A coqueluche também passou, mas ainda hoje diversos ministérios e pregadores fazem do chamado cair no poder elemento importante de sua liturgia. A moda logo foi substituída por outras, ainda mais bizarras, como a “unção do riso” e a “unção dos animais”. Disseminadas pela Comunhão Cristã do Aeroporto de Toronto, no Canadá, a partir de 1993, tais práticas beiravam a histeria coletiva – a certa altura do culto, diversas pessoas caíam ao chão, rindo descontroladamente ou emitindo sons de animais como leões e águias. Tudo era atribuído ao poder do Espírito Santo.
A chamada “bênção de Toronto” logo ganhou mundo, à semelhança das mais variadas novidades. Parece que, quanto mais espetacular a manifestação, mais ela tende a se popularizar, atropelando até mesmo o bom senso. Mas o que para muita gente é ato profético ou manifestação do poder do Senhor também é visto por teólogos moderados como simples modismos ou – mais sério ainda – desvios doutrinários. Pior é quando a nova teologia é usada com fins fraudulentos, para arrancar uma oferta a mais ou exercer poder eclesiástico autoritário. “A Bíblia diz claramente que haverá a disseminação de heresias nos últimos dias, e não um grande reavivamento, como alguns estão anunciando”, alerta Araripe Gurgel, pesquisador da Agência de Informações Religiosas (Agir).
Pastor da Igreja Cristã da Trindade, ele é especialista em seitas e aberrações cristãs e observa que cada vez mais a Palavra de Deus tem sido contaminada e pervertida pelo apelo místico. “Esse tipo de abordagem introduz no cristianismo heresias disfarçadas em meias-verdades, levando a uma religião de aparência, sensorial, sem a real percepção de Deus”, destaca.
“Não dá para ficar quieto diante de tanta bizarrice”, protesta o pastor e escritor Renato Vargens, da Igreja Cristã da Aliança, em Niterói (RJ). Apologista, ele tem feito de seu blog uma trincheira na luta contra aberrações teológicas como as que vê florescer, sobretudo, no neopentecostalismo.
“Acredito, que, mais do que nunca, a Igreja de Cristo precisa preservar a sã doutrina, defendendo os valores inegociáveis da fé cristã. A apologética cristã é um ministério indispensável à saúde do Corpo de Cristo”. Na internet, ele disponibiliza farto material, como vídeos que mostram um pouco de tudo. Um dos mais comentados foi um em que um dos líderes do Ministério de Madureira das Assembleias de Deus, Samuel Ferreira, aparece numa espécie de arrebatamento sobre uma pilha de dinheiro, arrecadado durante um culto. “Acabo de ver no YouTube o vídeo de um falso profeta chamado reverendo João Batista, que comercializa pó sagrado, perfume da prosperidade e até um tal martelão do poder”. acrescenta Vargens.
Autor do recém-lançado livro Cristianismo ao gosto do freguês, em que denuncia a redução da fé evangélica a mero instrumento de manipulação, o pastor tem sido um crítico obstinado de líderes pentecostais que fazem em seus programas de TV verdadeiras barganhas em nome de Jesus. “O denominado apóstolo Valdomiro Santiago faz apologia de sua denominação, a Igreja Mundial do Poder de Deus, desqualificando todas as outras. E tem ensinado doutrinas absolutamente antibíblicas, onde o ‘tomá-lá-dá-cá’ é a regra”. Uma delas é o trízimo, em que desafia o fiel a ofertar à instituição 30% de seus rendimentos, e não os tradicionais dez por cento. A “doutrina das sementes”, defendida por pregadores americanos como Mike Murdoch e Morris Cerullo nos programas do pastor Silas Malafaia, também rendeu diversos posts. Segundo eles, o crente deve ofertar valores específicos – no caso, donativos na faixa dos mil reais – em troca de uma unção financeira capaz de levá-lo à prosperidade. “Trata-se de um evangelho espúrio, para tirar dinheiro dos irmãos”, reclama Vargens. “Deus não é bolsa de valores, nem se submete às nossas barganhas ou àqueles que pensam que podem manipular o sagrado estabelecendo regras de sucesso pessoal.”
Crise teológica – Numa confissão religiosa tão multifacetada em suas expressões e diversa em termos de organização e liderança, é natural que o segmento evangélico sofra com a perda de identidade. O próprio conceito do que é ser crente no país – tema de capa da edição nº 15 de CRISTIANISMO HOJE – é extremamente difuso. E muitas denominações, envolvidas em práticas heterodoxas, vez por outra adotam ritos estranhos à tradição protestante. Joaquim de Andrade, pastor da Igreja Missionária Evangélica Maranata, do Rio, é um pesquisador de seitas e heresias que já enfrentou até conflitos com integrantes de outras crenças, como testemunhas de Jeová e umbandistas. Destes tempos, guarda o pensamento crítico com que enxerga também a situação atual da fé evangélica: “Vivemos uma verdadeira crise teológica, de identidade e integridade. Os crentes estão dando mais valor às manifestações espirituais do que à Palavra de Deus”.
Neste caldo, qualquer liderança mais carismática logo conquista seguidores, independentemente da fidelidade de sua mensagem à Bíblia. “Manifestações atraem pessoas. O próprio Nicodemos concluiu que os sinais que Cristo operou foram além do alcance do povo, mas não temos evidência de que ele tenha mesmo se convertido”, explica o pastor Russel Shedd, doutor em teologia e um dos mais acreditados líderes evangélicos em atuação no Brasil. Ele refere-se a um personagem bíblico que teve importante discussão com Jesus, que ao final admoestou-lhe da necessidade de o homem nascer de novo pela fé. “Líderes que procuram vencer a competição entre igrejas precisam alegar que têm poder”, observa, lembrando que a oferta do sobrenatural precisa atender à imensa demanda dos dias de hoje. “Mas poder não salva nem transmite amor”, conclui.
“A busca pela expansão evangélica traz consigo essa necessidade de aculturação e, na cultura religiosa brasileira, nada mais puro do que a mistura”, acrescenta o pastor Fabrício Cunha, da Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo. “O candomblé já fez isso, usando os símbolos do catolicismo; o espiritismo, usando a temática cristã; e agora, vêm os evangélicos neopentecostais, usando toda uma simbologia afro e um misticismo pagão”, explica. Como um dos coordenadores do Fórum Jovem de Missão Integral e membro da Fraternidade Teológica Latinoamericana, ele observa que mesmo os protestantes são fruto de uma miscigenação generalizada, o que, no campo da religião, tem em sua gênese um alto nível de sincretismo.
Acontece que, em determinadas comunidades cristãs, alguns destes elementos precisam ser compreendidos como estratégias de comunicação e atração de novos fiéis.
Aí, vale tanto a distribuição de objetos com apelo mágico, como rosas ungidas ou frascos de óleo, como a oferta de manifestações tidas como milagrosas, como o já citado dente de ouro ou as estrelinhas de fogo – se o leitor ainda não conhece, saiba que trata-se de pontos luminosos que, segundo muitos crentes, costumam aparecer brilhando em reuniões de busca de poder, sobretudo vigílias durante a noite ou cultos realizados nos montes, prática comum nas periferias de grandes cidades como o Rio de Janeiro.
O objetivo das tais estrelinhas? Ninguém sabe, mas costuma-se dizer que é fogo puro, assim como tantas outras manifestações do gênero.
“Alguns desses elementos são resultado de um processo de sectarização religiosa”, opina o teólogo e mestre em ciências da religião Valtair Miranda. “Ou seja, quanto mais exótica for a manifestação, mais fácil será para esse líder carismático atrair seguidores para seu grupo”.
Miranda explica que, como as igrejas evangélicas, sobretudo as avivadas, são, em linhas gerais, muito parecidas, o que os grupos sectários querem é se destacar. “Eles preconizam um determinado tópico teológico ou passagem bíblica, e crescem em torno disso. Objetos como lenços ungidos, medalhas, sal ou sabonete santificados são exemplos. Quanto mais diferente, maior a probabilidade de atrair algum curioso”. A estratégia tende a dar resultado quando gira em torno de uma figura religiosa carismática. “Sem carisma, estes elementos logo provocam sarcasmo e evasão”, ressalva. O estudioso lembra o que caracteriza fundamentalmente um grupo sectário – o isolamento. “Uma seita precisa marcar bem sua diferença para segurar seu adepto. Quanto mais ele levantar seus muros, mais forte será a identidade e a adesão do fiel.”
“Propósito de Deus” – Mas quem faz das manifestações do poder do Espírito Santo parte fundamental de seu ministério defende que apenas milagres não bastam. “É necessário um propósito e uma mudança de vida”, declara o bispo Salomão dos Santos, dirigente da Associação Evangélica Missionária Ministério Vida. Como ele mesmo diz, trata-se de uma igreja movida pelo poder da Palavra de Deus, “que crê que Jesus salva, cura, liberta e transforma vidas”. O próprio líder se diz um fruto desse poder. Salomão conta que já esteve gravemente doente, sofrendo de hepatite, câncer e outras complicações que a medicina não podia curar. “Cheguei a morrer, mas miraculosamente voltei à vida”, garante o bispo, dizendo que chegou a jazer oito horas no necrotério de um hospital. “Voltei pela vontade de Deus”, comemora, cheio de fé.
Consciente, Salomão diz que milagres e manifestações naturais realmente acontecem, mas “somente para a exaltação e a glória do Senhor, e não de homens ou denominações”. O bispo também observa que alguns têm feito do poder extraordinário de Jesus uma grande indústria de milagres: “O Senhor não dá sua glória para ninguém. Ele opera maravilhas através da instrumentalidade de nossas vidas”. E faz questão de reiterar a simplicidade com que Jesus viveu sua vida terrena e que, muitas vezes, realizou grandes milagres sem nenhum alarde. “O agir de Deus não é um espetáculo.” (Colaborou Virgínia Martin) Sangue fajuto.
novidade chama a atenção pelo seu aspecto bizarro. Num templo da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), fiéis caminham através de pórticos representando diversos aspectos da vida (“Saúde”, “Família”, “Finanças”). Até aí, nada demais – os chamados atos proféticos como este são comuns na denominação. O mais estranho acontece depois. Caracterizados como sacerdotes do Antigo Testamento, pastores da Universal recebem as pessoas e, sobre um pequeno altar estilizado, fazem um “sacrifício de sangue”. A nova prática vem ganhando espaço nos cultos da Iurd, igreja que já introduziu no neopentecostalismo uma série de elementos simbólicos. Tudo bem que o sangue não é real (trata-se de simples tinta), mas a imolação simulada vai contra tudo o que ensina o Novo Testamento, segundo o qual Jesus, o Cordeiro de Deus, entregou-se a si mesmo como supremo e definitivo sacrifício pela humanidade. Com sangue puro, e não cenográfico.
FONTE: CRISTIANISMO HOJE
Sub-Zero
As vezes eu penso que congelei
Não falo muito em línguas mais
Não estou "caindo na unção"
Nunca "marchei na terra"
Não mais pulos, saltos e quase vôos "na unção"
Esqueci como é ser fervoroso
Nunca mais gritei um ALELÓIA no ouvido do meu irmão
Nunca mais dei aquele "OH GRORIA!" pro pastor se animar
Nunca mais disse "é mesmo assim" nem "fala jiová!"
É, devo ter congelado
Só quero saber de evangelizar
Falar a verdade
Escrever bobagens num blog
E ver gente dizendo "irmão, o senhor é muito frio"
É, eu devo ter congelado forever
Mas que friozinho bão, sô!
Não falo muito em línguas mais
Não estou "caindo na unção"
Nunca "marchei na terra"
Não mais pulos, saltos e quase vôos "na unção"
Esqueci como é ser fervoroso
Nunca mais gritei um ALELÓIA no ouvido do meu irmão
Nunca mais dei aquele "OH GRORIA!" pro pastor se animar
Nunca mais disse "é mesmo assim" nem "fala jiová!"
É, devo ter congelado
Só quero saber de evangelizar
Falar a verdade
Escrever bobagens num blog
E ver gente dizendo "irmão, o senhor é muito frio"
É, eu devo ter congelado forever
Mas que friozinho bão, sô!
O evangelho que vivemos é o evangelho que Jesus viveu?
Por Márcio de Souza
Vivo me perguntando isso! Porque se o Evangelho que vivemos é o mesmo que Cristo viveu, tem algo errado comigo, porque o que vejo não condiz com o que leio nas Escrituras Sagradas.
Quando leio a Bíblia, vejo Jesus se relacionando frequentemente com ímpios (não crentes), andando com prostitutas (sem praticar prostituição), sentando e comendo com publicanos, evangelizando seu nenhum pudor e pregando a graça escandalosamente.
Certa feita, Ele transformou água em vinho, mas hoje o Evangelho diz que não se pode tocar em álcool. Noutra oportunidade, Ele se alegrou com pessoas que não professavam o mesmo credo dEle. Ele tocava em gente discriminada pela sociedade e os socorria nas suas necessidades sem esperar nada em troca, mas o Evangelho hoje diz que se nos misturarmos com gente que vive a margem da sociedade, nos tornaremos "farinha do mesmo saco".
O Evangelho que Jesus vivia, dava contra as portas do inferno e as portas do inferno não resistiam, mas o Evangelho que vivemos hoje suporta os ataques infernais, e é o inferno que dá contra as portas da igreja, enquanto nós "bravamente" resistimos.
No Evangelho que Jesus vivia o indivíduo pensava primeiro na comunidade, mas hoje pensamos, como diz o adágio, a filosofia de "farinha pouca, meu pirão primeiro". No Evangelho de Jesus o amor era a tônica, mas hoje amor é secundário, o importante é manter a igreja cheia e os gasofilácios transbordando. No Evangelho de Jesus, simplicidade era um estilo de vida, mas hoje acumular riquezas é mais do que necessário, é imperativo.
Pois é, ainda dizem por aí que é tudo igualzinho a Igreja primitiva, e que foi só o tempo que passou, mas na realidade estamos a léguas de distância do Evangelho de Jesus e vivemos abraçadinhos com o Evangelho dos evangélicos.
***
Márcio de Souza é herege por viver o evangelho que Jesus viveu. Todos os colunistas deste blog são igualmente culpados de viver este "outro evangelho".
Vivo me perguntando isso! Porque se o Evangelho que vivemos é o mesmo que Cristo viveu, tem algo errado comigo, porque o que vejo não condiz com o que leio nas Escrituras Sagradas.
Quando leio a Bíblia, vejo Jesus se relacionando frequentemente com ímpios (não crentes), andando com prostitutas (sem praticar prostituição), sentando e comendo com publicanos, evangelizando seu nenhum pudor e pregando a graça escandalosamente.
Certa feita, Ele transformou água em vinho, mas hoje o Evangelho diz que não se pode tocar em álcool. Noutra oportunidade, Ele se alegrou com pessoas que não professavam o mesmo credo dEle. Ele tocava em gente discriminada pela sociedade e os socorria nas suas necessidades sem esperar nada em troca, mas o Evangelho hoje diz que se nos misturarmos com gente que vive a margem da sociedade, nos tornaremos "farinha do mesmo saco".
O Evangelho que Jesus vivia, dava contra as portas do inferno e as portas do inferno não resistiam, mas o Evangelho que vivemos hoje suporta os ataques infernais, e é o inferno que dá contra as portas da igreja, enquanto nós "bravamente" resistimos.
No Evangelho que Jesus vivia o indivíduo pensava primeiro na comunidade, mas hoje pensamos, como diz o adágio, a filosofia de "farinha pouca, meu pirão primeiro". No Evangelho de Jesus o amor era a tônica, mas hoje amor é secundário, o importante é manter a igreja cheia e os gasofilácios transbordando. No Evangelho de Jesus, simplicidade era um estilo de vida, mas hoje acumular riquezas é mais do que necessário, é imperativo.
Pois é, ainda dizem por aí que é tudo igualzinho a Igreja primitiva, e que foi só o tempo que passou, mas na realidade estamos a léguas de distância do Evangelho de Jesus e vivemos abraçadinhos com o Evangelho dos evangélicos.
***
Márcio de Souza é herege por viver o evangelho que Jesus viveu. Todos os colunistas deste blog são igualmente culpados de viver este "outro evangelho".
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Minha filha vai ser p***
P***, um "palavrão", pornofonia, palavra vulgar que significa "prostituta, promíscua, 'rapariga' (brasileirismo), 'quenga', vadia, mulher da vida, garota de programa, profissional do sexo", o que você achar melhor. Ou pior.
As vezes desconfio que mesmo que eu não queira, minha filha vai se uma p***. Por que eu digo isso? Porque o mundo anda muito distorcido. Hoje estava eu no comércio com minha mãe quando de frente pra mim duas meninas, com no máximo 8 anos de idade, estavam dançando tecnobrega e funk carioca. Pior que as mães das duas estarem incentivando, seja por fornecerem a música, seja por ficarem rindo, seja por uma delas ter se levantado e "entrado no clima"; pior que tudo isso é ver uma das meninas ensinando a outra. Triste realidade. Quando eu ainda era pequeno, há menos de 20 anos, uma mãe o que menos queria era ver sua filha vulgar. Hoje, acho que elas querem MESMO que suas filhas sejam p***s.
DJ Alpiste cantou em 2001 uma música chamada "Deus Não Se Engana". Nela, os versos "dança da motinha no Faustão e no Gugu, crianças vestidas com corpo seminu" já ilustravam uma realidade que em grande parte hoje explica a explosão em massa da pedofilia: os pais há muito exploram a sexualidade dos seus filhos de maneira podre, suja, maldita. Lembro-me na época da explosão do Axé Music no Brasil, eu com 8, 9 anos, a mesma idade dessas meninas que vi ai dançando, babando ao ver meninas mais velhas dançando na garrafa, segurando o tcham e rebolando a bunda. Eu já era um propenso a viciado em sexo. Graças a Deus só foi isso mesmo, não cheguei a passar dos limites, embora vontade não me faltasse por vezes na vida. Mas é triste isso ver o quão nossas crianças têm virado futuras Mulheres Melancias, Carois Mirandas, Pâmelas Butts, Brunas Surfistinhas, entre outras p***s desse país. Ou do mundo.
E sua filha, vai ser uma p*** também?
Vai deixar sua filha virar uma p***?
Ou você está mais chocado pelo fato de eu estar utilizando, mesmo que censurado, um palavrão? Deve ser né? Afinal, ver uma criança dançar e rebolar a "posição da rã", a quinta velocidade do créu ou o rebolation realmente não choca mais ninguém...
As vezes desconfio que mesmo que eu não queira, minha filha vai se uma p***. Por que eu digo isso? Porque o mundo anda muito distorcido. Hoje estava eu no comércio com minha mãe quando de frente pra mim duas meninas, com no máximo 8 anos de idade, estavam dançando tecnobrega e funk carioca. Pior que as mães das duas estarem incentivando, seja por fornecerem a música, seja por ficarem rindo, seja por uma delas ter se levantado e "entrado no clima"; pior que tudo isso é ver uma das meninas ensinando a outra. Triste realidade. Quando eu ainda era pequeno, há menos de 20 anos, uma mãe o que menos queria era ver sua filha vulgar. Hoje, acho que elas querem MESMO que suas filhas sejam p***s.
DJ Alpiste cantou em 2001 uma música chamada "Deus Não Se Engana". Nela, os versos "dança da motinha no Faustão e no Gugu, crianças vestidas com corpo seminu" já ilustravam uma realidade que em grande parte hoje explica a explosão em massa da pedofilia: os pais há muito exploram a sexualidade dos seus filhos de maneira podre, suja, maldita. Lembro-me na época da explosão do Axé Music no Brasil, eu com 8, 9 anos, a mesma idade dessas meninas que vi ai dançando, babando ao ver meninas mais velhas dançando na garrafa, segurando o tcham e rebolando a bunda. Eu já era um propenso a viciado em sexo. Graças a Deus só foi isso mesmo, não cheguei a passar dos limites, embora vontade não me faltasse por vezes na vida. Mas é triste isso ver o quão nossas crianças têm virado futuras Mulheres Melancias, Carois Mirandas, Pâmelas Butts, Brunas Surfistinhas, entre outras p***s desse país. Ou do mundo.
E sua filha, vai ser uma p*** também?
Vai deixar sua filha virar uma p***?
Ou você está mais chocado pelo fato de eu estar utilizando, mesmo que censurado, um palavrão? Deve ser né? Afinal, ver uma criança dançar e rebolar a "posição da rã", a quinta velocidade do créu ou o rebolation realmente não choca mais ninguém...
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
sábado, 18 de dezembro de 2010
A Disney tem pacto com o diabo?
Existem igrejas que possuem uma enorme capacidade de satanizar a vida. Conheço inúmeras comunidades cristãs que ensinam que a Disney é o diabo, que a Xuxa vendeu a alma para o capeta, e que o natal é uma festa pagã e demoníaca. Para os pastores destas igrejas, assistir desenhos do Mickey, Pateta e Cia, é dar “legalidade” ao inimigo, permitindo assim com que ele destrua nossas vidas e famílias.
Pois é, Já houve tempos em que o principal inimigo dos pastores quixotescos era o bom e maravilhoso Rock in roll. Lembro que tocar rock na igreja era uma verdadeira aberração e quem isto fazia, tinha pacto com o demo.
Ora, um dos principais divulgadores destas loucuras proibitivas é o pastor Josué Yrion, que através de vídeos, CDs e pregações tem ensinado que o crente deve tomar cuidado com os personagens de Walt Disney.
Sinceramente fico admirado com o esforço que os ghostbusters evangélicos fazem para encontrar evidências de que os filmes e atividades da indústria do entretenimento são do diabo. São horas e horas de trabalho procurando órgãos genitais escondidos nas cenas. Se não bastasse isso, procuram palavras diabólicas escritas no chão, ritos macabros com crianças indefesas, além, é claro, do incentivo a prática sexual.
Caro leitor, as igrejas que vivenciam este tipo de comportamento manifestam uma enorme ignorância quanto aos ensinamentos bíblicos. Cristo nos libertou de todo tipo de rito e superstição. Nele e por ele verdadeiramente somos LIVRES. Em outras palavras isto significa dizer que não somos amaldiçoados por assistirmos o desenho da Pocahontas ou armarmos uma árvore de natal no mês de dezembro.
Isto posto, afirmo que o Evangelho de Cristo se contrapõem em muito aos ensinos dos teólogos quixotescos. Em Jesus e por Jesus somos libertos da escravidão do pecado, e do domínio do diabo. Vale à pena ressaltar que a Bíblia também nos ensina que somos de Deus e que em virtude disto maligno não nos toca. Em outras palavras, isto significa dizer que não existe esta história de que o diabo pode aprontar o que quiser na vida do cristão.
Louvado seja o Senhor que nos VERDADEIRAMENTE nos libertou e que por intermédio de sua cruz nos tornou livres.
Pense nisso!
Renato Vargens
Pois é, Já houve tempos em que o principal inimigo dos pastores quixotescos era o bom e maravilhoso Rock in roll. Lembro que tocar rock na igreja era uma verdadeira aberração e quem isto fazia, tinha pacto com o demo.
Ora, um dos principais divulgadores destas loucuras proibitivas é o pastor Josué Yrion, que através de vídeos, CDs e pregações tem ensinado que o crente deve tomar cuidado com os personagens de Walt Disney.
Sinceramente fico admirado com o esforço que os ghostbusters evangélicos fazem para encontrar evidências de que os filmes e atividades da indústria do entretenimento são do diabo. São horas e horas de trabalho procurando órgãos genitais escondidos nas cenas. Se não bastasse isso, procuram palavras diabólicas escritas no chão, ritos macabros com crianças indefesas, além, é claro, do incentivo a prática sexual.
Caro leitor, as igrejas que vivenciam este tipo de comportamento manifestam uma enorme ignorância quanto aos ensinamentos bíblicos. Cristo nos libertou de todo tipo de rito e superstição. Nele e por ele verdadeiramente somos LIVRES. Em outras palavras isto significa dizer que não somos amaldiçoados por assistirmos o desenho da Pocahontas ou armarmos uma árvore de natal no mês de dezembro.
Isto posto, afirmo que o Evangelho de Cristo se contrapõem em muito aos ensinos dos teólogos quixotescos. Em Jesus e por Jesus somos libertos da escravidão do pecado, e do domínio do diabo. Vale à pena ressaltar que a Bíblia também nos ensina que somos de Deus e que em virtude disto maligno não nos toca. Em outras palavras, isto significa dizer que não existe esta história de que o diabo pode aprontar o que quiser na vida do cristão.
Louvado seja o Senhor que nos VERDADEIRAMENTE nos libertou e que por intermédio de sua cruz nos tornou livres.
Pense nisso!
Renato Vargens
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Santa ignorância
Quantos anos vc tem de Evangelho? E quantas vezes vc leu a Bíblia inteira? Ou vc prefere ler As Crônicas de Nárnia INTEIRA 5 vezes ao ano e nenhuma vez sequer a Bíblia?
Pode parecer um mandamento de irmãozinho das antigas chato pracacete q que achaq só ler Bíblia serve pra alguma coisa. Maaaaaaaaaas o fato é q DEVEMOS ler e meditar na Lei do Rei DIA e NOITE, e devemos ser como obreiros aprovados, q não têm do q se envergonhar e que MANEJAM BEM a Palavra da Verdade. Ou seja, devemos conhecer muito, mas MUITO BEM a Lei do Senhor. Pra vergonha nossa, Ateus, Satanistas, Mórmons e outras seitas lêem muito mais a Bíblia q os protestantes (como eu) e os católicos, segundo pesquisas feitas nos EUA. Isto é um dado preocupante, pois devíamos conhecer a Bíblia como nenhum outro, para sermos o exemplo dos fieis. E ai, vamos ler a Bíblia hj? E amanhã? E depois de amanhã? E depois de depois de depois de depois... até a VINDA DO SENHOR!
Pode parecer um mandamento de irmãozinho das antigas chato pracacete q que achaq só ler Bíblia serve pra alguma coisa. Maaaaaaaaaas o fato é q DEVEMOS ler e meditar na Lei do Rei DIA e NOITE, e devemos ser como obreiros aprovados, q não têm do q se envergonhar e que MANEJAM BEM a Palavra da Verdade. Ou seja, devemos conhecer muito, mas MUITO BEM a Lei do Senhor. Pra vergonha nossa, Ateus, Satanistas, Mórmons e outras seitas lêem muito mais a Bíblia q os protestantes (como eu) e os católicos, segundo pesquisas feitas nos EUA. Isto é um dado preocupante, pois devíamos conhecer a Bíblia como nenhum outro, para sermos o exemplo dos fieis. E ai, vamos ler a Bíblia hj? E amanhã? E depois de amanhã? E depois de depois de depois de depois... até a VINDA DO SENHOR!
sábado, 4 de dezembro de 2010
Garotas Melancia
"Solteira sim, sozinha nunca
Sou garota melancia
E rebolo a minha bunda (2x)"
Hj em dia vejo cada vez mais uma espécie de revanchismo feminista, ou saiba Deus o que diabos seria isso. Vejo canções como essa dessa mulher "melancia" ou a da banda Kitara:
"Mulher não trai, mulher se vinga... Mulher cansou de
ser traída!
Mulher se vinga, mulher não trai... Eu era boba, não
sou mais!"
Só q me pergunto: onde isso vai parar? Só estaremos piorando cada dia mais a maldição chamada "traição". E não só no mundo secular, é bom q se diga isso. Vejo cada dia mais dentro do lugar que chamamos de igreja um aumento de traição dos dois sexos, de maneira perversa e maldita. Recentemente vi no álbum do Orkut de uma menina cristã uma fala assim: "Monogamia é ESCRAVIDÂO". Cheguei a exortar a irmã do erro dela, de maneira privada e talz, para ninguém ver a repreensão, e agradeço a Deus q ela me ouviu e tirou essa frase do seu Orkut, mas tem horas q desconfio que ela não mudou sua posição a respeito disso... Fico triste pq vejo em muitas igrejas a banalização do namoro de maneira perversa e anticristã. Nem vou comentar a respeito do q eu passei recentemente em minha própria vida sentimental pq prefiro preservar a imagem de minha ex, mas o fato é que as vezes eu nem sei mais se realmente vou casar. As vezes acho q Jesus vai voltar antes, de tão indignado q ele está com o q estamos fazendo com akilo q ele nos deu chamado AMOR...
Sou garota melancia
E rebolo a minha bunda (2x)"
Hj em dia vejo cada vez mais uma espécie de revanchismo feminista, ou saiba Deus o que diabos seria isso. Vejo canções como essa dessa mulher "melancia" ou a da banda Kitara:
"Mulher não trai, mulher se vinga... Mulher cansou de
ser traída!
Mulher se vinga, mulher não trai... Eu era boba, não
sou mais!"
Só q me pergunto: onde isso vai parar? Só estaremos piorando cada dia mais a maldição chamada "traição". E não só no mundo secular, é bom q se diga isso. Vejo cada dia mais dentro do lugar que chamamos de igreja um aumento de traição dos dois sexos, de maneira perversa e maldita. Recentemente vi no álbum do Orkut de uma menina cristã uma fala assim: "Monogamia é ESCRAVIDÂO". Cheguei a exortar a irmã do erro dela, de maneira privada e talz, para ninguém ver a repreensão, e agradeço a Deus q ela me ouviu e tirou essa frase do seu Orkut, mas tem horas q desconfio que ela não mudou sua posição a respeito disso... Fico triste pq vejo em muitas igrejas a banalização do namoro de maneira perversa e anticristã. Nem vou comentar a respeito do q eu passei recentemente em minha própria vida sentimental pq prefiro preservar a imagem de minha ex, mas o fato é que as vezes eu nem sei mais se realmente vou casar. As vezes acho q Jesus vai voltar antes, de tão indignado q ele está com o q estamos fazendo com akilo q ele nos deu chamado AMOR...