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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

É proibido proibir ou pensar?


Em 1968, Caetano Veloso foi cantar no III Festival Internacional da Canção, 28/09, auxiliado pela banda Os Mutantes, misturando MPB e rock de maneira brilhante, com uma letra que tinha como refrão um confronto direto com a ditadura militar, inspirado nos protestos de Paris daquele mesmo ano louco de 1968:

"E eu digo sim
E eu digo não ao não
E eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir..."

O povo que o ouvia não se sentiu muito proibido de proibir que a música permanecesse sendo tocada. Jogaram tomates, ovos e urros em total fúria contra aquilo que eles consideravam uma traição à música brasileira, mostrando a burrice e a lentidão da nossa cultura em questão de considerar escravidão cultural guitarras elétricas junto ao MPB, mas que tomava Coca-Cola e fumava cigarros Malbolro. Caetano lamentou com seu discurso inflamado, usando frases como "Vocês não estão entendendo nada, nada, nada, absolutamente nada" e "Nós, eu e ele (Gilberto Gil), tivemos coragem de entrar em todas as estruturas e sair de todas, e vocês? E vocês? Se vocês... se vocês em política forem como são em estética, estamos feitos!"

No mundo secular, esses discursos logo se tornariam lenda, e todos nós usaríamos até hoje, mostrando realmente que "Deus está solto!" e que "O júri é muito simpático mas é incompetente." No mundo cristão entretanto um discurso de protesto é ainda mais vaiado, ainda mais ovado e vaiado. João Alexandre que o diga. Ao criar a música "É Proibido Pensar", título do seu álbum de 2007, ele virou alvo de críticas legalistas como "ele está promovendo divisão", até absurdos como "isso é um invejoso que não conseguiu sucesso na música cristã e fala mal de quem conseguiu". Hoje em dia, pros "cristãos" atuais, tudo se resolve com um discurso tolo sobre a unidade da igreja, sobre ter amor com o outro (como se amor fosse igual a aceitar quaisquer porcarias que o outro fizesse de boa), que quem critica é um "recalcado" que tem inveja do sucesso dos outros, blá blá blá. Na realidade, hoje em dia nós passamos a evitar a crítica, porque damos mais valor ao que "pastor fulaninho famoso e superformado em Teologia-ia-ia" do que o que um irmãozinho que só lava o banheiro da igreja diz.

É proibido pensar dentro da igreja atual. A igreja atual quer tudo como manda o script dos ensinamentos importados dos livros de escritores da Satanologia da Prosperidade e do Evangelho Simples mas Nada Puro do Relacional. Tudo "engarrafado, já vem pronto e tabelado, é somente folhear e usar". Assim, permanecemos sempre iguais, sempre iremos "matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem", porque permanecemos proibindo o pensar. E não é proibido proibir. Pois quem tem a mídia do seu lado, quem tem o nome "Pastor fulano, líder da igreja assembleia batista presbiteriana luterana pentecostal congregacional universal mundial do renascer na bola de neve" TEM A FORÇA FEITO HE-MAN, e ninguém pode questionar. Mas Deus está solto! Um dia vamos mostrar, nem que seja no dia do Cristo, que a Verdade é maior que toda essa palhaçada que se instaurou na igreja.

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