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segunda-feira, 8 de abril de 2013

"Mulher do Patrão"


Na invasão do Complexo do Alemão em 2010, uma das surpresas foi a encontrada do pôster acima, da esposa (?) de um dos chefões do tráfico da favela, Fabiano Atanázio da Silva, o "FB". Um enorme pôster, com fotos dela e os dizeres "Não olha, nem mexe, sabe quem é? É mulher do chefe!" Esse verso era de um funk composto provavelmente pelo MC Max em homenagem a ela mesma.

Se já não bastasse essa moça se achar por ser de fato mulher de um "patrão" (de um chefe do tráfico) e ainda por cima ser como um troféu intocável (quem tocar pode até morrer!), a ideia do funk carioca se espalhou pelo Brasil. Aqui em Pernambuco logo o insidioso MC Sheldon (famoso por diversas músicas pedofílicas) fez um brega usando essas expressões, brega esse que logo virou nacional, pois como tudo que não presta atualmente faz sucesso e alguém quer se escalar nesse sucesso, logo o grupo de forró Garota Safada fez a sua versão, espalhando essa nojeira Brasil afora. E sim, muita gente, incluindo aí muitas, mais MUITAS mulheres, AMAM ser comparadas a mulheres de traficantes... que coisa heim...

O que está havendo com a sociedade? Eu ainda sou da época em que mulheres em sua grande maioria davam valor em serem chamadas de "flor", "linda", "amor", "amada", entre outros adjetivos preciosos e metáforas maravilhosas, e chamar uma delas de "gatinha" numa música ainda era considerado ofensivo. A partir dos anos 90, com a onda do axé music, parece que os valores foram sendo consumidos aos poucos. Logo viria a segunda leva do funk carioca, com suas músicas sobre "potrancas" e "popozudas", e daí pra baixaria total de hoje em dia bastaram 10 anos. E o pior: a sociedade acha LINDO tudo isso. As coisas que fazem sucesso só fazem porque tem quem dê mídia (Capitão Óbvio, rsrs), e é espantoso que as pessoas não percebam o modo de vida que elas celebram a cada dia com suas canções, menosprezando a si mesmas e cuspindo na própria Criação de Deus.

Será que vale tanto a pena assim ser "a mulher do chefe, não olha nem mexe"?

E a sua liberdade? E a sua segurança? Teria você alguma paz real vivendo assim, amigona?

Que algum dia - nem sei se esse dia AINDA chegará - as pessoas possam realmente repensar os valores que estão construindo. Ou melhor... destruindo...

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