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quarta-feira, 2 de março de 2011

Um bloco de amor


Todo cristão atual curte fazer de tudo que é cultura "coisa do satanás", sem tentar encontrar um ponto sequer que seja positivo. É o caso do carnaval. Tudo a respeito dessa festa é referido como "festa da carne", "coisas do diabo", "sensualidade extrema" e etc. Nada de bom teria mesmo no carnaval?

Eu e o grande @HermesFernandes fizemos essa pergunta hj no Twitter. E creio que chegamos a uma mesma conclusão: Existe sim coisas boas tbm no carnaval. Coisas as quais podemos tirar lições.

Veja o exemplo de Paulo. Em I Coríntios, Paulo utiliza como exemplo do que é a vida cristã uma corrida de maratona, uma das modalidades das Olimpíadas. Ora, naquela época as Olimpíadas nada tinham a ver com as de hj em dia. Elas eram para celebrar os deuses do Olimpo, em especial Zeus, que para os gregos e alguns outros povos influenciados pela cultura helenista seria o "Deus dos Deuses". Mais: os atlestas SEMPRE competiam completamente despidos, e após a vitória, junto com a coroa corruptível de louros, vinham festas, banquetes, BACANAIS no sentido pleno da palavra (celebrações ao deus Baco/Dionízio que envolviam verdadeiras orgias regradas a vinho). Sim, uma coisa TÃO detestável quando o carnaval. Usada pala mostrar como o cristão deve prosseguir sem parar, nunca se deixar levar por coisas que atrapalhem seu desempenho na corrida cristã.

O carnaval tem vários aspectos tbm que podem ser utilizados. Um deles são os blocos. É incrível por exemplo o caso de um bloco que surgiu a alguns anos aki em Pernambuco, lá em Água Fria, cidade do Recife, "Os Irresponsáveis". Esse bloco surgiu com a proposta de nas quarta-feiras de cinzas a tarde, quando o feriado oficialmente tem acabado, continuarem na festança, sem parar pra voltar ao trabalho. O slogan do bloco diz tudo "É pra quem pode".

Um bloco como esse poderia estar fadado ao fracasso. Originalmente sairam pouquíssimas pessoas pro bloco. Hj em dia, esse bloco é o maior da zona norte do Recife, chegando a tomar por completo os bairros de Água Fria, Arruda e já contaminou o bairro de Campina do Barreto. Em dias de retiro, pra eu voltar pra minha Olinda é um sufoco, os ônibus estão todos pirados, sem poderem fazer seu trajeto comum. E a cada ano, esse bloco aumenta. Aumentou tanto que já ampliaram ele pra mais um. Ele se multiplicou, literalmente. E o povo, se vc for dizer "saiam daí, essa alegria é momentânea" vão dizer "mas É uma alegria".

E nós cristãos? Que fazemos?

Muitas vezes uma obra num lugar difícil é necessária. Precisa-se de irmãos para irem a um certo lugar, a evangelizar as pessoas da região, etc. Mas os irmãos da igreja-sede, ao invés de irem lá onde é mais necessário, não saem de suas cadeiras de comodismo. Não evangelizam NEM pra sede, pq iriam evangelizar numa favela, por exemplo? E quando vão, muitas vezes vão forçados, sem a menor alegria de Deus para mostrar àquelas vidas que Jesus é a alegria eterna. Pelo contrário, as pessoas olham logo e dizem: "Jesus é isso? Um bando de pessoas sem a menor vontade de servi-lo? Pq eu farei isso então? Prefiro sair no Galo da Madrugada, no Homem da Meia-Noite, nas Virgens do Bairro Novo (ou as De Verdade mesmo) ou mesmo nos Irresponsáveis, lá sim, as pessoas fazem aquilo com gosto, com alegria!"

E nós cristãos? Continuaremos a criticar as manifestações culturais pelos seus defeitos, quando nós mesmos não temos as virtudes que elas têm?

Saiamos de nossa mesmisse. Sirvamos àqueles que mais precisam, com ALEGRIA. Alegria maior até que a de um bloco de carnaval, pois Nosso Senhor é, como dizia aquela música da Comunidade de Nilópolis "alegria, euforia, companhia TODO DIA, Jesus é o motivo da nossa alegria!"

Recomendo que leiam também esse post do Hermes Fernandes: http://www.hermesfernandes.com/2009/02/temos-algo-aprender-com-o-carnaval.html

Um comentário:

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