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Postado por
João "Johnnÿ" Dias
às
18:35
O Adorador sem nome Por Tito Cruz Este título pode parecer um tanto curioso. Mas o que descobriremos a seguir é que o nome deste homem não tem a menor importância diante de sua atitude de adoração, diante do fato de que ele era um adorador genuíno. Estamos falando do servo de Abraão, mais precisamente no livro de Gênesis, capítulo 24. Assim nos dizem as Escrituras Sagradas: "Era Abraão já idoso, bem avançado em anos; e o Senhor em tudo o havia abençoado. Disse Abraão ao seu mais antigo servo da casa, que governava tudo o que possuía: põe a mão por debaixo da minha coxa..." (Gênesis 24.1,2.) Encontramos aqui ninguém mais ninguém menos do que o mais antigo servo de Abraão, homem de muitas responsabilidades. Provavelmente, ele cuidava de vários afazeres domésticos e também verificava o serviço dos demais servos da casa do principal líder do povo hebreu naqueles dias. Era ele quem dizia se a comida estava boa, se o chão estava bem limpo, se a casa estava arrumada, se os animais estavam bem tratados etc. Gosto de saber que Deus usa as pessoas menos importantes e das formas mais inesperadas para realizar grandes coisas (I Coríntios 1.26-29). Pois foi através daquele humilde servo que Abraão pode dar continuidade à sua linhagem, da qual veio a nascer o Messias - Jesus - o nosso Senhor. Quero ressaltar alguns pontos interessantes desse adorador, que acrescentaram muito à minha vida com Deus. 1. Ele era um bom servo, mas desconhecido Como servo, sua posição trazia esta marca: "Servos não têm nome". Servos são somente servos, preocupados única e exclusivamente em cumprir bem os desígnios de seus senhores. Para um bom servo, basta a ordem ou a decisão de seu senhor para que se sinta bem. Por conseguinte, deveríamos trazer esse mesmo sentimento em nós, pois isso é o que nos ensina o próprio Senhor Jesus, quando afirma: "... o maior entre vós, seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve..." (Lucas 22.26-27.) Outra característica de um servo eficaz é que ele é totalmente dependente das decisões do seu senhor e sabe esperar por elas. Diante disso, nós devemos estar sempre na dependência do nosso Senhor, à espera do Seu mover. Um bom servo compreende com clareza a frase "...sem Ele nada podemos fazer" (João 15.5). Somos constantemente testados em nossa soberba e em nosso ego, porque sentimos prazer em dizer "eu fiz, eu resolvi, eu consegui", (você pode terminar a lista)... Vivemos em um mundo regido por tais regras e cobranças. A humanidade, afastada de Deus pelo pecado, tenta sempre e de todas as formas possíveis se firmar como auto-suficiente e independente de qualquer coisa ou Pessoa. Como servos do único Senhor dos Senhores, creio que nossa atitude como cristãos deve ser a de nos humilhar, perder essa vontade de ser alguém importante, cujo nome conste em algum jornalzinho ou revista de notícias evangélicas dominicais... É preciso buscar ardentemente ser encontrados como bons servos, declarando sempre a nossa total dependência de Deus. 2. Ele era responsável pelas coisas do seu senhor "... o seu mais antigo servo da casa, que governava tudo quanto possuía..." (v. 1.) Ora, Abraão era um homem muito experimentado, já com muitos anos de vida e, provavelmente, esse não era o seu primeiro servo, embora fosse o mais antigo. Abraão sabia reconhecer muito bem o bom servo do mau servo. Este servo, diz a Palavra, governava a casa e os bens de Abraão, que com certeza eram muitos. Tamanha responsabilidade tem de ter como base e como elo: confiança, sinceridade, fidelidade, enfim, quesitos fundamentais que também podemos encontrar em um grande amigo. Sendo assim, podemos perceber que ser encontrado como um servo bom e fiel significa também ser encontrado como um grande amigo com quem Deus poderá contar. Este é o relacionamento que aquele servo tinha com Abraão, o mesmo que Deus mantinha com Abraão, e também o tipo de relacionamento que Deus deseja ter conosco. Foi através destas qualidades que esse desconhecido não só foi o governante de tudo o que possuía um dos homens mais importantes da História, mas também o "pivô" da vontade de Deus para a humanidade, na genealogia de Jesus. "Muito bem servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do Teu Senhor." (Mateus 25.21.) 3. Ele amava o seu senhor "E disse consigo: Ó Senhor, Deus de meu senhor Abraão, rogo-te que me acudas hoje e uses de bondade para com meu senhor Abraão" (v. 12) Vemos aqui que além de cuidar de tudo o que possuía Abraão, sendo responsável e preocupado com os interesses do seu senhor, ele desejava muito vê-lo feliz e satisfeito com os seus serviços. Na cultura oriental, um servo vive para o seu senhor e não para si mesmo. Cria-se um relacionamento às vezes mais forte do que o próprio laço familiar! Diante de um serviço que estava além de seu alcance e recursos - trazer a esposa para o filho do seu senhor - ele faz esta oração a Deus, e intercede por Abraão. Ele talvez tenha aprendido a buscar ao Senhor Deus com o próprio Abraão. E a lição sobre buscar o Senhor na nossa impossibilidade ele não havia esquecido. Ele realmente amava o seu Senhor. Estaria desobrigado de trazer a moça caso ela não quisesse voltar com ele. Mas esse homem tinha um objetivo, um alvo: fazer a vontade de seu senhor. Ele sabia da importância dessa missão; era necessário que Isaque se casasse logo, para que a herança de Abraão não se perdesse. Um fato que devemos lembrar: Abraão temia que, se Isaque se casasse com uma mulher cananéia, outros costumes entrariam no meio do povo e certamente estariam corrompendo o culto ao seu Deus. Outro ponto vista poderia ser colocado da seguinte maneira: na cultura hebraica daquela época, quando o líder de uma casa morria sem deixar filhos, automaticamente a herança passava a pertencer ao servo mais antigo. E se o servo de Abraão fosse ganancioso? Ele poderia ter atentado contra a vida de Isaque e teria ficado milionário. Sendo Abraão já velho e sem uma esposa, seria difícil conseguir um novo herdeiro àquela altura. Mas, este servo realmente não vivia para si mesmo; só vivia para o seu senhor, verdadeiramente amava o seu senhor mais do que a si próprio. E foi por isso que Abraão o escolheu, e será por isso que Deus nos escolherá para os Seus propósitos. A principal maneira pela qual o Senhor Nosso Deus irá medir nossa fidelidade como servos, será através do nosso amor para com Ele. Será que neste ponto podemos dizer que nos parecemos com esse servo de Abraão? Só o amor trará à luz esta informação, isto porque qualquer outro critério de avaliação seria baseado em atitudes meramente humanas, que por mais que aparentem ser boas, costumam ter algum interesse carnal por trás. Por isso é que as escrituras afirmam: "...acima de tudo isto [subentende-se toda a obra que o homem pode realizar], porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição." (Colossenses 3.14.) Que seja claro para nós, como servos e filhos amados de Deus, que só através de um amor intenso é que poderemos alcançar a confiança e sermos conhecidos do nosso Senhor. "Mas se alguém ama a Deus, esse é conhecido por Ele." (I Coríntios 8.3.) 4. Ele era um adorador extravagante "E, prostrando-me adorei ao Senhor e bendisse ao Senhor..." (v. 48) Como se não bastasse tantas qualidades em um servo, encontramos nele algo que supera e dá suporte a todas as outras demais qualidades, ele era um adorador. Abraão era um homem que conhecia a Deus de perto, e certamente não colocaria suas posses e sua própria casa à mercê de qualquer um, mesmo se este homem fosse extremamente qualificado para o serviço. Creio que ele preferiu mesmo um adorador, um homem piedoso e temente ao Senhor. Este homem, por sua vez, não tinha nenhum medo de assumir-se um adorador do Deus Vivo. Ali estava ele, diante de uma mulher que ele nunca vira antes, se arremessando ao solo e bradando, com todas as suas forças, gritos de adoração e alegria diante do Senhor. Certamente havia outras pessoas por perto, pois era a hora em que as moças saiam para buscar água no poço. Esse homem amava a Deus e sabia que só pela vontade Dele é que as coisas estavam acontecendo. Só isso já é uma grande razão para que a nossa adoração seja extravagante. Conclusão Temos sido, como Igreja, violentados por doutrinas mundanas hereges e que estão minando a nossa verdadeira adoração. Devemos nos voltar para a simples e eficaz Palavra de Deus, que é o único lugar onde conheceremos o Seu caráter. Alguns pontos para meditar sobre nossas próprias vidas são: - Será que temos buscado a glória de sermos conhecidos por nossas atitudes? - Temos vivido exclusivamente para o nosso Senhor? - Temos atendido ao chamado específico de Deus para nossas vidas? - E a nossa adoração, será que ela é só uma música? - O nosso relacionamento com o Senhor pode ser colocado sob o respaldo de palavras como fiel, sincero, transparente, verdadeiro, intenso, etc? Não sei quanto a você, mas o meu único desejo é ouvir uma pequena frase naquele dia: "Servo bom e fiel, entra no gozo do Teu Senhor." Que a graça do nosso Senhor Jesus Cristo nos alcance, para o propósito de progredirmos em estatura diante Dele. Seu irmão em Cristo Jesus,